
Profissionais da saúde de Palmas trazem debate sobre redução de danos em saúde
O manifesto será levado para Fórum de Redução de Danos da Região Norte do país, no próximo mês de novembro
Para
fortalecer práticas de saúde e dar visibilidade a redução de danos de forma
coerente e científica, profissionais da saúde e representantes de várias
entidades públicas estão reunidos nesta sexta-feira, 25, no Auditório da
Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), para o I Fórum Tocantinense de
Redução de Danos. O evento está sendo promovido pela Associação Brasileira de
Redução de Danos (Aborda), Coletivo Antimanicomial de Palmas (Colapa).
Na
abertura, profissionais especializados na temática relembram a trajetória das
ações para a redução de danos em saúde que o Tocantins e a capital do estado
implementaram nos últimos anos. Na mesma ocasião, debateram sobre os problemas,
abordaram sobre os fatores envolvidos, clareando para a comunidade acadêmica e
à sociedade, os aspectos relevantes relacionados ao tema, como por exemplo, a
exclusão social, a falta de acesso aos serviços de saúde, entre outros.
Para
a presidente da Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp), Jaciela
Leopoldino, que participou do Fórum, o evento foi mais uma oportunidade para
analisar diretamente o contexto de boas práticas para a redução de danos, além
de pensar em estratégias de intervenção, para compreender de fato a
problemática dos usuários que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em
situação de maior vulnerabilidade.
“De
forma bastante respeitosa, buscando a garantia de direitos e garantindo o
acesso à saúde básica, por meio do cuidado pelas equipes de saúde, nós como
instituição de ensino e pesquisa trabalhamos no dia a dia para aprimorar o
campo de trabalho na perspectiva de compreender os fatores desse problema tão
complexo”, observa a presidente reforçando que a discussão dos aspectos
sociais, sanitários, contextuais e políticos devem ser levados em consideração.
A
psicóloga Ana Carolina Peixoto, mobilizadora estadual da Associação Brasileira
de Redução de Danos (Aborda) explicou que a realização do Fórum neste momento é
estratégico, porque reúne um número de pessoas envolvidas na política de saúde
mental álcool e drogas, na política de redução de danos para debater esse tema
que ainda é tão difícil de ser debatido em vários contextos.
“Estamos
passando por um momento no contexto nacional de desmonte das políticas públicas
de saúde, em especial da política de saúde mental álcool e drogas. Por um
sucateamento dessas estratégias, precarização dos serviços já existentes e
dificuldade de implementar os serviços ainda por vir. E a redução de danos é
colocado em escanteio, e é pregado uma única forma de cuidado absoluto para
todas as pessoas. E a redução de danos então vem pensar uma proposta que abarca
todos os sujeitos e a todas as singularidades, compreendendo que o processo de
cuidado tem que ser construído junto com a pessoa”, relata.
As
discussões do Fórum continuam no período da tarde com debates que serão
pautados na lógica do cuidado, trabalhando as singularidades individuais, os
direitos humanos e o exercício da cidadania, especialmente junto às
populações-chave.
Ao
final do evento, será redigido um documento contendo todos os apontamentos dos
debates promovidos no Fórum. O manifesto será levado para Fórum de Redução de
Danos da Região Norte do país, no próximo mês de novembro.
O
evento conta também com o apoio do Conselho Regional de Psicologia (CRP) e do
Conselho Regional de Serviço Social (Cress), além das parcerias do Senac e
Sesi, enquanto instituições de fomento à qualificação profissional e qualidade
de vida.