
Prefeitura de Palmas cria força-tarefa para acolher indígenas que não disputarão os Jogos
Comitê destaca iniciativa.
A Prefeitura de Palmas criou uma
força-tarefa, com participação de várias secretarias, para acolher e auxiliar
membros de etnias que não disputarão os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que
começam nesta sexta-feira, 23, na Capital tocantinense.
O prefeito Carlos Amastha, que se
encontrou com lideranças indígenas em café da manhã nesta quinta-feira, 22,
determinou que seus secretários apurassem as demandas e providenciassem apoio a
todos os membros de etnias, que estão sem credenciamento, já que este é um
procedimento padrão e necessário para participação, com prazos e critérios
definidos pelos organizadores. Sem tal documento, esses indígenas têm acesso
restrito, por exemplo, a locais do evento e não contam com benefícios como
alojamento e alimentação. Lembrando que o credenciamento é de responsabilidade
do Comitê Intertribal, que organiza o evento em parceria com o Governo Federal.
“Palmas, como cidade-sede, não
tem autonomia para, por exemplo, credenciar ou executar alguns serviços. Essa
questão é de responsabilidade do comitê e do Governo Federal. Mas, nós, mesmo
sem a responsabilidade, não podemos ficar de braços cruzados. Já determinei aos
secretários e os indígenas que não têm essa assistência serão atendidos pela Prefeitura”,
disse o prefeito.
“Essa é mais uma contribuição
nossa, no trabalho em conjunto com o Comitê e o Governo Federal. Nesses
momentos não é hora de achar se é responsabilidade de ‘A’ ou ‘B’. Somos
parceiros e vamos atuar juntos pelo sucesso do evento”, complementou
Amastha.
Iniciativa Positiva
O diretor do Comitê Intertribal,
Marcos Terena, elogiou a iniciativa da Prefeitura. “É uma boa iniciativa
do prefeito, que resolveu a questão”, afirmou.
Um dos principais responsáveis pela
organização do evento, Terena explicou que há um critério rígido para o
credenciamento dos indígenas e demais pessoas que vão atuar nos Jogos.
“A gente não consegue controlar
todos os irmãos indígenas. Tem muitos que estão na cidade e não moram em
aldeias, não estão nos jogos e são livres. Do ponto de vista operacional e
orçamentário, não temos como assisti-los”, disse Terena, que fez questão
de elogiar a atitude de Amastha.
Protesto
Na manhã desta quinta-feira, 22,
quatro etnias brasileiras programavam um protesto nas proximidades da Vila dos
Jogos. Entre as reivindicações, os Caiapó, Javaé e Pataxó pedem alimentação,
água e estadia.
Ao tomar conhecimento do fato, o
prefeito determinou à secretária de Assistência Social, Eliane Campos, atendimento
aos pedidos dos indígenas. Eles receberão água e terão alojamento. A Prefeitura
providenciará, inclusive, transporte e levará os indígenas para almoçar no
Restaurante Comunitário de Palmas.