
Professora da ETI Luiz Rodrigues é a única mulher tocantinense a arbitrar pela FTF e CBF
Alvani Brito Nunes iniciou a carreira em 2005
O
mês de março é voltado às mulheres, cheio de festividades e homenagens, mas
também um momento de reflexão sobre as conquistas das mesmas, uma vez que até
algum tempo atrás elas tinham que pedir permissão para tudo aos maridos. Mas
desde então, as conquistas foram muitas e uma delas se deu no campo, tido até
então, como restrito aos homens – a arbitragem.
Elas
estão cada vez mais presentes no quadro da arbitragem nacional e o Tocantins
tem a sua representante – a educadora física da ETI Luiz Rodrigues Monteiro
(Palmas) e assistente de árbitro Alvani Brito Nunes, que iniciou a carreira na
área em 2005 para complementar a carga horária da Faculdade de Educação Física.
“Comecei fazendo o curso, e aí gostei, me dediquei, continuei e no
ano seguinte já estava atuando na arbitragem tocantinense”, disse ela,
lembrando que em 2007 entrou no quadro nacional com índice feminino.
Ela
conta que foi evoluindo até passar para o índice masculino. Entretanto, de 2013
para 2014, se envolveu em um acidente de trânsito, fez cirurgia no joelho e
ficou mais de ano sem atuar e treinar. “Mas não desisti, e logo que voltei e
ainda em recuperação, fiz dois testes para o quadro nacional e fui reprovada,
porém não desanimei, me dediquei, treinei, fui aprovada e tento sempre me
superar”, conta Alvani.
Questionada
sobre o preconceito dentro e fora de campo, ela diz que ainda há, mas sabe que
sua capacidade não tem a ver com gênero e sim com sua dedicação. “Preconceito
sempre existe, mas hoje está bem melhor, e graças a Deus, atualmente estou
entre os melhores e isto mostra que capacidade não tem a ver com gênero”.
Para
ela, a cobrança é a mesma que a do homem em campo, mas acredita que quando há
erros por parte das mulheres, a punição é maior. “Principalmente quando se
trata dos comentários, do tipo errou porque é mulher, que futebol não é para
nós, mas a arbitragem feminina está crescendo e quem está dentro trabalha para
o reconhecimento de que somos aptas a apitar 90 minutos de uma partida”, afirma
Alvani, que fará na próxima sexta-feira, 15, teste para Árbitros Assistentes
Masculinos, visando atuar em partidas dos diferentes campeonatos brasileiros e
Copa do Brasil.
Para
Alvani Nunes as mulheres conseguiram muita evolução na arbitragem nacional, mas
que ainda é preciso ter mais espaço. “Acredito que com o tempo elas vão
conseguir conquistar ainda mais”, finalizou.
Inspiração
Alvani
é a única mulher do Estado que atua na arbitragem nos jogos dos campeonatos
tocantinense e faz parte do quadro de arbitragem da Federação Tocantinense de
Futebol (FTF) e Confederação Brasileira de Futebol (CBF), atuando em
campeonatos realizados pelas entidades. Tal fato serve de inspiração para
outras mulheres.
Segundo
o presidente da Comissão Estadual de Arbitragem do Tocantins (Ceaf/TO), Adriano
de Carvalho, atualmente a Escola de Arbitragem do Tocantins tem seis mulheres
fazendo o curso. “E queremos e estamos empenhados em aumentar a participação
feminina na arbitragem tocantinense e do quadro nacional e sempre as aconselho
a saberem lidar com a crítica para seguir em frente, além de se dedicar sempre
e estudar”, explica Carvalho.