
Professora da Rede Municipal de Ensino lança livros e realiza tarde de autógrafos na Escola Anne Frank
Obras foram inspiradas no projeto Borboletrando na Alfabetização com História e Música, também de autoria de Leonilde
Nessa terça-feira, 26,
Leonilde de Souza Alves, professora e escritora da Escola Municipal Anne Frank, localizada
na Arne 14, realizou uma tarde de autógrafos com o lançamento dos livros
autorais Calebe, Olhos de Jabuticaba e Rebeca Sapeca, a menina do vestido azulado.
As obras foram inspiradas pelo projeto Borboletrando na Alfabetização com
História e Música, também de autoria de Leonilde, apresentado na 11ª edição do
Prêmio Professores do Brasil e que resultou o prêmio na categoria estadual, em
2018.
A iniciativa de lançar os
livros foi a partir do momento em que a professora observou que todos os dias
contava histórias para as crianças, mas elas não tinham os livros para lerem em
casa. No início, a professora contou aos alunos 54 contos inventados constantemente
a cada aula e a partir do envolvimento das crianças com os contos da Rebeca e
do Calebe ela resolveu investir nesta área.
Os alunos demoraram um tempo
para entenderem que a professora contava histórias da própria família. Quando
descobriram que os personagens eram os seus filhos, eles ficaram ainda mais
envolvidos com as narrativas. “Calebe e Rebeca são os meus filhos. Os
livros foram inspirados em vivências que aconteceram no nosso cotidiano e me
trouxeram reflexões sobre a família e a importância dos pais em prestar atenção
em cada curiosidade das crianças”, pontua a professora.
Para Leonilde, a sensação de
escrever um livro é inexplicável. Tomada pela emoção, ela relata que é um
sentimento de gratidão, pois remete à sua infância. “Além de proporcionar
aos meus filhos uma infância longe de tantas tecnologias, assim como na minha
época, onde meu avô conseguia criar um conto a partir da queda de um neto e que
todos queriam ouvir inúmeras vezes, eu consegui tirar acontecimentos da vida
real e levar para o imaginário infantil. É um privilégio”, relata.
Durante a sessão de
autógrafos, Leonilde destaca que poder observar suas histórias alcançarem
outras pessoas e crianças tendo a certeza de que isso pode influenciar o gosto
pela leitura é muito motivador. “Olhar aqueles olhinhos brilhando,
esperando para lerem os livros que eu mesma escrevi e que eles foram um
incentivo para mim é fantástico.”
O aluno do 2º ano do Ensino
Fundamental, Caik Oliveira, relata que está encantado pelas ilustrações do
livro e elogia a professora. “Esse livro ficou muito legal, porque eu
consigo ler e entender o que está escrito.” A professora conta que quando
Caik pegou o seu livro, ele saiu com um sorriso realizado. “A gente só
conta histórias especiais para pessoas especiais”, completa Leonilde.
O sucesso das histórias é
tão grande que foram criados fantoches dos dois personagens para encenarem os
contos. A imaginação era tanta, que ao levarem os bonecos para casa, os alunos
voltavam no dia seguinte com expressões como “o Calebe subiu no
guarda-roupa e pulou; a Rebeca bagunçou minha casa”. Para Leonilde, era como
se eles ganhassem vida dentro de casa.
A diretora da Escola, Kassia
Carla Fernandes, destaca que é amante da Literatura e ao ver o resultado do
trabalho desenvolvido pela Leonilde, o seu coração ficou extasiado de alegria.
“O projeto Borboletrando surgiu da criatividade dela e hoje os livros
surgem desse projeto, como seus filhos. As duas obras lançadas são frutos de um
trabalho que a gente vem fazendo na escola. Ela tem uma grande chance de se
transformar numa escritora a nível nacional pelo seu comprometimento e
dedicação. A gente percebe nos alunos o envolvimento e amor que eles têm pelos
personagens só em olhar”.
Lançamento
dos livros
Rebeca
Sapeca, a menina do vestido azulado: O desejo de Rebeca é que o
mundo seja completamente azul para ser perfeito. Mesmo com a sua mãe explicando
o porquê do mundo não ser só de uma cor, a menina continua sem compreender. Em
uma noite, Rebeca dorme e sonha com o mundo todo azul, e durante esse sonho se
questiona sobre as outras cores, pois ela está sentindo falta. Ao acordar, ela
agradece por ver que ao seu redor tem todas as cores e entende que cada pessoa
tem a sua singularidade. Dessa forma, ela passa a compreender a importância das
diferenças.
Calebe, Olhos de Jabuticaba: Calebe, um menino lindo e esperto se questionava sobre o porquê as pessoas o chamavam de olhos de jabuticaba, e isso mexia muito com ele, trazendo tristeza. Em uma conversa com o seu pai, o garoto compreendeu que cada pessoa possui um “tipo” de olho, e a partir de então, se sente contente por ter nos seus olhos a beleza de uma jabuticaba.
Texto: Thuany Lopes
(estagiária) Revisão e postagem: Iara Cruz