
Profissionais de saúde avaliam contatos de pacientes com hanseníase visando quebrar cadeia de transmissão da doença
Avaliações acontecem ao longo da semana com a supervisão do hansenólogo Jaison Barreto
Como
parte da formação dos profissionais de saúde para o diagnóstico da hanseníase,
a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Grupo Condutor de Hanseníase e os
profissionais dos Centros de Saúde da Comunidade, está realizando durante esta
semana avaliações de contatos de pacientes já diagnosticados com a doença.
As
avaliações são feitas pelos próprios profissionais da unidade com a supervisão
do hansenólogo Jaison Barreto, do Instituto Lauro Souza Lima (Bauru – SP). Na
manhã desta segunda-feira, 19, o local escolhido para avaliações de contatos
foi o Centro de Saúde da Comunidade (CSC) Liberdade (Jardim Aureny III). “Os
objetivos do programa Palmas Livre da Hanseníase que hoje é modelo para o país
são fazer o diagnóstico precoce, oferecer o tratamento adequado e quebrar a
cadeia de transmissão da doença, que só é possível com a avaliação dos
contatos, pois se tiver mais alguém doente na residência, fazemos o tratamento
também”, ressalta o fisioterapeuta do grupo condutor, Pedro Paulo Oliveira.
A
profissional de educação física que atua no CSC Liberdade, Sônia Guimarães, é
uma das profissionais que realiza a avaliação e segundo ela um dos maiores
desafios da doença é o preconceito. “A hanseníase é uma doença hiperendêmica e
no Tocantins temos altos índices e mesmo sendo uma doença muito antiga ela
ainda é um grande tabu. Para o paciente vir e fechar o diagnóstico acaba sendo
muito difícil para a pessoa”, destaca Sônia.
Raimunda
da Natividade Madeira é copeira e foi diagnosticada com Hanseníase há 28 anos,
passou pelo tratamento na época e recebeu alta, porém em uma triagem com uma
enfermeira do Centro de Saúde, a profissional notou que ela tinha inchaço nas
articulações e orientou que ela fizesse uma nova avaliação nesta segunda. Para
ela esse tipo de tratamento humanizado entre profissional e paciente contribui
muito com o início do tratamento. “Eu sempre fui bem recebida na unidade de
saúde, eles conversam comigo com calma e me orientam bem as coisas, eu estou
aqui para uma nova avaliação e vamos ver como vai ser nos próximos dias”,
avalia a paciente.
Na
próxima quarta-feira, 21, o CSC Liberdade fará o Dia D da Hanseníase para
mobilizar os pacientes e realizarem novas avaliações.
Programação
Já
a formação com o hansenólogo Jaison Barreto seguirá a seguinte programação:
Terça,
20 – CSC José Lúcio (Lago Sul)
Quarta,
21 – CSC Jardim Taquari
Quinta
e sexta, 22 e 23 – CSC Morada do Sol.
Hanseníase
Comumente
conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa causada pela
bactéria Mycobacterium leprae, ou
bacilo de Hansen, que lesiona os nervos periféricos e diminui a sensibilidade
da pele. Seus principais sinais e sintomas são: sensação de formigamento,
fisgadas ou dormência nas extremidades; manchas brancas ou avermelhadas,
geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e ao toque; áreas da
pele que apresentem alteração da sensibilidade e da secreção de suor; caroços e
placas em qualquer região do corpo e diminuição da força muscular (dificuldade
para segurar objetos).
Sua
transmissão ocorre por meio do contato direto com doentes sem tratamento, pois
estes eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior em meio a
secreções nasais e gotículas da fala, tosse e espirro. No caso dos doentes que
recebem tratamento médico, não há risco de transmissão.