19 novembro 2018 às 13:53

Profissionais de saúde avaliam contatos de pacientes com hanseníase visando quebrar cadeia de transmissão da doença

Avaliações acontecem ao longo da semana com a supervisão do hansenólogo Jaison Barreto

 

Como parte da formação dos profissionais de saúde para o diagnóstico da hanseníase, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Grupo Condutor de Hanseníase e os profissionais dos Centros de Saúde da Comunidade, está realizando durante esta semana avaliações de contatos de pacientes já diagnosticados com a doença.

 

 

As avaliações são feitas pelos próprios profissionais da unidade com a supervisão do hansenólogo Jaison Barreto, do Instituto Lauro Souza Lima (Bauru – SP). Na manhã desta segunda-feira, 19, o local escolhido para avaliações de contatos foi o Centro de Saúde da Comunidade (CSC) Liberdade (Jardim Aureny III). “Os objetivos do programa Palmas Livre da Hanseníase que hoje é modelo para o país são fazer o diagnóstico precoce, oferecer o tratamento adequado e quebrar a cadeia de transmissão da doença, que só é possível com a avaliação dos contatos, pois se tiver mais alguém doente na residência, fazemos o tratamento também”, ressalta o fisioterapeuta do grupo condutor, Pedro Paulo Oliveira.

 

 

A profissional de educação física que atua no CSC Liberdade, Sônia Guimarães, é uma das profissionais que realiza a avaliação e segundo ela um dos maiores desafios da doença é o preconceito. “A hanseníase é uma doença hiperendêmica e no Tocantins temos altos índices e mesmo sendo uma doença muito antiga ela ainda é um grande tabu. Para o paciente vir e fechar o diagnóstico acaba sendo muito difícil para a pessoa”, destaca Sônia.    

 

 

Raimunda da Natividade Madeira é copeira e foi diagnosticada com Hanseníase há 28 anos, passou pelo tratamento na época e recebeu alta, porém em uma triagem com uma enfermeira do Centro de Saúde, a profissional notou que ela tinha inchaço nas articulações e orientou que ela fizesse uma nova avaliação nesta segunda. Para ela esse tipo de tratamento humanizado entre profissional e paciente contribui muito com o início do tratamento. “Eu sempre fui bem recebida na unidade de saúde, eles conversam comigo com calma e me orientam bem as coisas, eu estou aqui para uma nova avaliação e vamos ver como vai ser nos próximos dias”, avalia a paciente.

 

 

Na próxima quarta-feira, 21, o CSC Liberdade fará o Dia D da Hanseníase para mobilizar os pacientes e realizarem novas avaliações.

 

 

Programação

 

 

Já a formação com o hansenólogo Jaison Barreto seguirá a seguinte programação:

 

Terça, 20 – CSC José Lúcio (Lago Sul)

Quarta, 21 – CSC Jardim Taquari

Quinta e sexta, 22 e 23 – CSC Morada do Sol.              

 

 

Hanseníase

 

 

Comumente conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que lesiona os nervos periféricos e diminui a sensibilidade da pele. Seus principais sinais e sintomas são: sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades; manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e ao toque; áreas da pele que apresentem alteração da sensibilidade e da secreção de suor; caroços e placas em qualquer região do corpo e diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos).

 

 

Sua transmissão ocorre por meio do contato direto com doentes sem tratamento, pois estes eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior em meio a secreções nasais e gotículas da fala, tosse e espirro. No caso dos doentes que recebem tratamento médico, não há risco de transmissão.

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