
Projeto Vereda transforma educação musical e mantém viva a cultura popular regional
Resgate histórico e cultural dos instrumentos musicais tradicionais acontece há três anos
O Projeto Vereda realizado na Escola
Municipal Crispim Pereira de Alencar, em Taquaruçu, transforma as aulas de
educação musical por meio do resgate histórico e cultural dos instrumentos
musicais tradicionais, mantendo viva a cultura popular regional.
As aulas permitem que as crianças
avivem o gosto pelos ritmos dos instrumentos tradicionais do Cerrado, em
percussões e canções que fazem parte da cultura regional. Ritmos como os do
baião, xote, catira e sússia ecoam pelo pátio da unidade e despertam cada vez
mais o interesse dos alunos pela música produzida nas violas e rabecas, feitas
de talos de buriti e linhas de pesca, e demais instrumentos. Os encontros
acontecem duas vezes por semana, no contraturno das aulas regulares.
Diversas vozes do grupo, formado por
15 alunos, em diferentes faixas etárias e séries, complementam os sons dos
instrumentos musicais e atraem a atenção de plateias até mesmo fora da escola.
Em execução há quase três anos, o projeto deu tão certo, que segue fazendo
história com mais de 50 apresentações realizadas, nos mais variados eventos da
Capital e região.
Os pesquisadores e professores Diego
Brito, Aline Reis e Alex Brusquets, contam que o projeto surgiu após um
minucioso trabalho de pesquisa de resgate dos modos de produção dos
instrumentos e também do repertório composto por cantigas que compõem o
imaginário do sertanejo tocantinense. Brito afirma que foi necessário muito
estudo, planejamento e adaptação didática, e que, o apoio e parceria de
artesãos locais foram fundamentais.
Nas aulas de educação musical são agregados inicialmente conceitos de observação e prática, para um posterior trabalho com a teoria. A didática do projeto rende créditos que vão muito além do simples aprendizado instrumental. Resultados ligados ao comportamento dos alunos como o desenvolvimento da autoestima, concentração, disciplina, espírito de coletividade, autonomia e responsabilidade são notavelmente constatados e a cada dia surpreendem.
Já a Ana Paula Coutinho, 7º ano, que participa do projeto há um ano, relata que, por meio dele, além de conhecer a
música, se apresentou em lugares que não conhecia antes, como o Parque Cesamar.
Para Ruth Isabele Valadares, 9º ano, o gosto pelo canto a aproximou do projeto.
Há dois anos no Vereda, se sente especial ao ser reconhecida como integrante
das apresentações, afirmou.