21 outubro 2021 às 11:42

Projeto Viver Melhor da Prefeitura de Palmas retoma rotina de atividades presenciais com os idosos

Com a pandemia, as atividades presenciais ficaram suspensas, mas agora o grupo está animado com retorno aos poucos do projeto

Quase vinte anos se encontrando toda semana e, de repente, eles se viram impossibilitados do convívio com os colegas do Projeto Viver Melhor, promovido pela Unidade de Saúde da Família da Arse 13 (108 Sul). O bate-papo, as atividades físicas em conjunto, terapias, brincadeiras e boas gargalhadas proporcionadas durante as aulas deixaram de acontecer para os idosos neste período de pandemia da Covid-19. Mas depois de quase um ano e meio, o grupo está voltando aos poucos às atividades presenciais promovidas pelo projeto.

Com muita satisfação e um sorriso no rosto, a aposentada Maria Helena Vicente Reda, 78 anos, fala sobre os benefícios que as atividades físicas trazem para ela e os colegas. “Me sinto mais ágil, mais dinâmica nos trabalhos que desenvolvo e nos deveres de casa que são da minha responsabilidade. Além de todos estes benefícios para corpo e mente, tem o encontro com as amigas que é muito gostoso. Aqui conversamos, trocamos ideias, contamos piadas e nos divertimos bastante”, detalha dona Helena lembrando da saudade que sentiu do grupo quando precisou ficar distante.

Josanilda Rodrigues Guimarães, 81 anos, conta que o projeto foi uma luz que surgiu na vida dela. “Era acomodada em casa, não saía para canto nenhum… Vivia em casa fazendo crochê. Quando eu fui convidada para participar do grupo, a minha vida se iluminou porque eu adquiri mais resistência, agilidade e ainda fiz muitas amizades. E ainda temos o carinho enorme da nossa professora Vanessa que nos impulsiona a viver mais, viver melhor. Aqui somos uma grande família”, fala dona Ninica como é carinhosamente chamada pelos colegas.

A aluna Clene da Silva Pereira, 65 anos, que está há 14 anos no grupo, lembra que sentiu muita falta dos exercícios físicos e também da memorização. “É muito bom, pois ajuda a ativar a memória, o raciocínio lógico e ativa os nossos neurônios. O corpo precisa de movimento, mas a mente também precisa. O cérebro precisa ser exercitado constantemente. Aqui, não realizamos só a prática física, mas também a prática do exercício cognitivo. E tudo isso ajuda para que possamos ficar mais atentas e viver melhor”, revela ela.

Luzia Schiller, 69 anos, fez questão de reforçar também o quanto fez falta os encontros com os amigos do grupo. “Eu sentia saudades de todos. O meu organismo também sentiu a falta dos exercícios e do entretenimento que temos durante as atividades. O grupo é de fundamental importância para nossa vida”, completou a aluna.

A fisioterapeuta Vanessa Beatriz Gonçalves, que coordena o projeto na unidade de saúde, explica que o principal objetivo dos encontros com os idosos sempre foi proporcionar qualidade de vida a eles. De acordo com a profissional, com o passar do tempo os profissionais de saúde que também auxiliam o Projeto na unidade começaram a observar vários benefícios com as atividades oferecidas, dentre eles, menor procura por consultas médicas, controle de pressão arterial, diminuição da fila de espera da fisioterapia e prevenção de doenças articulares.

“No começo do Projeto a implantação das atividades para os idosos era uma realização profissional. Hoje, é também uma realização pessoal, pois eu não só ensino, mas aprendo todos os dias, durante todos esses anos. São 21 anos de muita dedicação e carinho pelo trabalho. É a metade da minha vida convivendo com eles. Existe, além dos bons resultados do trabalho, um vínculo de amor”, destaca a fisioterapeuta.

Viver Melhor

O Projeto Viver Melhor teve início em 2000 com um grupo de idosos atendidos na Unidade da Arse 13 (108 Sul). Inicialmente, eram oferecidas palestras e atividades físicas, uma vez por semana, dentro do espaço da unidade. O projeto cresceu devido à adesão dos idosos, precisando assim expandi-lo, inclusive para um espaço maior. Através da parceria com a Associação Bethel, a unidade conseguiu um espaço físico da Igreja Presbiteriana, que fica situada no mesmo lote da unidade de saúde, para ampliar as ações com o grupo.

Atualmente, o projeto atende cerca de 90 idosos e conta com a fisioterapeuta Vanessa como responsável, além do apoio da Equipe de Saúde da Família e do Núcleo de Assistência à Família (Nasf) da unidade para auxiliar nos acompanhamentos.

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