
Pronera propõe ressignificação do ensino aprendizagem no campo
O Programa Nacional de
Educação na Reforma Agrária (Pronera), em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra) e instituições de ensino público, iniciou a
formação de professores e profissionais da educação na primeira semana letiva de
Palmas. Os profissionais selecionados para o projeto participaram nessa semana
de debates sobre a educação popular no Brasil e o método Paulo Freire de
Educação para Jovens e Adultos, Educação Rural, Educação no Campo e Movimentos
Sociais, realizados no Instituto Vinte de Maio.
O Pronera tem como objetivo
a democratização do conhecimento no campo, ofertando cursos de educação básica,
técnicos profissionalizantes e cursos superiores. Para isso, o programa
capacita os professores para atuarem na educação no campo, para que realizem
nas comunidades atendidas um trabalho de construção da identidade do sujeito no
campo. Esse primeiro momento será voltado para discutir a trajetória do
programa e para o planejamento dos conteúdos curriculares com uma
contextualização para o campo.
A professora Gilvânia
Ferreira da Silva, pedagoga da terra formada na 1ª experiência do Pronera da
Unijuí Rio Grande do Sul, conta que em 2017, a proposta para as escolas do
campo é estudar os conteúdos e significá-los, “Qual a utilidade que terão os
conteúdos, qual a relação do conteúdo de matemática com a vivência do educando,
qual a utilidade da história, geografia, ciências na prática, e é isso que
estamos discutindo, o que queremos ensinar mas também o que os nossos alunos
querem aprender”, disse Gilvânia.
Entre pesquisas voltadas
para a realidade dos educandos, os professores apresentaram trabalhos
desenvolvidos nas suas unidades pelos próprios alunos, compartilharam
experiências e discutiram sobre como unir a teoria na prática para que a
população possa utilizar o conhecimento no seu dia a dia. Para ser um processo
efetivo, serão realizados no decorrer do período letivo planejamentos semanais,
encontros mensais e avaliações do projeto.
Outro foco foi o currículo
para o campo, o planejamento será voltado para verificar os saberes que podem
entrar na grade, levando em consideração a realidade da comunidade do campo.
Weslei Pires Leite é professor de história na Escola de Tempo Integral Anísio
Teixeira e diz que participar do Pronera está sendo uma rica oportunidade. “A
expectativa é fazer uma educação mais significativa para o aluno, para que eles
se reconheçam nesse ensino e motivem não só eles, mas outras pessoas da
comunidade que estão paradas e tenham receio de ir para a escola”, destacou o
professor.