Pais de alunos, servidores da rede pública municipal de ensino e os próprios estudantes escolheram neste domingo, 4, os diretores de suas respectivas unidades educacionais. O processo de votação teve início às 8 horas e encerrou ás 17 horas. O resultado deve ser divulgado no Diário Oficial de Palmas desta quarta-feira, 7.

A votação fez parte da última fase da escolha de diretores, realizada em três etapas: qualificação técnica, avaliação de conhecimentos e a eleição, conforme o edital do processo que pode ser acessado no Portal da Prefeitura de Palmas, no endereço eletrônico http://portal.palmas.to.gov.br/secretaria/educacao/, no link Editais.

O prefeito de Palmas, Raul Filho, disse que testar o gestor escolar que passou por um processo dessa natureza é fazer valer a opinião de alunos, pais e de toda a comunidade escolar. “Estamos no caminho certo, porque administrar uma escola não é muito diferente que administrar um município, o estado ou a união, tem uma responsabilidade igual, é administrado com recursos públicos e as escolas têm autonomia financeira. Então, essa eleição democratiza mais ainda o processo educacional de nossa Capital”, comentou o prefeito.

Para Ana Maria Santana, mãe de aluno na Escola Estevão de Castro, é importante essa forma de escolha de diretores porque é uma oportunidade de conhecer as propostas dos candidatos e escolher o que julga melhor para a escola. A opinião é compartilhada por Cicera de Medeiros Simão, que acrescenta não existir nada mais democrático que escolher quem vai administrar a escola dos filhos. “Não podemos deixar que os outros tomem decisões que são nossas”, disse.

Aspecto histórico

A história do processo de escolha democrática de dirigentes escolares começou no Brasil na década de 60, quando nos colégios estaduais do Rio Grande do Sul, foram realizadas votações para diretor a partir das listas tríplices. Foi então que, no movimento da democratização, principalmente com o Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, a eleição direta tornou-se uma das importantes bandeiras da educação, e pela qual não foi incorporada, como outras, nas legislações principais (Constituição e LDB).

Na gestão democrática o dirigente da escola só pode ser escolhido depois da elaboração de seu Projeto Político-Pedagógico (PPP). A comunidade que o eleger votará naquele que, na sua avaliação, dará melhor contribuição para implementação do PPP.

É por essa razão também que a história da eleição direta para diretores é marcada por constantes avanços e retrocessos, dependendo da vontade política de dirigentes, para se aparar em leis estaduais e municipais.

Contudo, esse impasse pode ter fim, com a aprovação do Novo Plano Nacional de Educação. O processo misto da escolha de diretores está vinculado à Meta 19, que garantirá à comunidade a eleição dos gestores escolares.