
Saúde da Mulher: Saiba quais são os sintomas da TPM e como eles podem ser aliviados, trazendo mais qualidade de vida à mulher
Na Semana da Mulher, a Semus trará reportagens sobre temas que contextualizam o universo feminino.
“Eu tento no período me afastar das pessoas, porque até para eu mesma é
difícil me aguentar. Porque é uma coisa que eu não sei como diminuir, é um
período muito difícil mesmo. E o que mais me incomoda é mudança repentina de
humor. É muito forte e me incomoda, tem coisas que normalmente não iriam me
irritar, mas no período coisas mínimas me incomodam e pra não brigar com as
pessoas eu fico no meu canto e choro.” Esse é o relato da estudante de
Nutrição, Myrella Lima, 22 anos, sobre os sintomas que costuma sentir uma
semana antes da menstruação. Algo que não é exclusividade dela, mas da maioria
das mulheres que sabe bem o que é Tensão pré-menstrual, a TPM.
E na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher – 8 março,
o Núcleo de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde traz uma série em que
abordará temas que contextualizam a saúde da mulher: TPM, Climatério, Menopausa
e Sexualidade.
A médica ginecologista e sexóloga, Márcia Cristina Peres, explica que a TPM
envolve alterações físicas, psicológicas e comportamentais que estão vinculadas
a essa labilidade emocional (flutuação de humor) que a paciente apresenta. “Tem a ver com o ciclo menstrual e quando a
mulher menstrua esses sintomas costumam desaparecer”, explica a médica.
O alerta da profissional é para um agravante, o transtorno disfórico
pré-menstrual. “A paciente tem uma série de sintomas onde ela tem alterações
psiquiátricas, isso é classificado no DSM5 (Manual de Diagnóstico e Estatística
dos Transtornos Mentais – elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria)
que é mais grave. Às vezes a paciente tem depressão, tem mal humor intenso, ela
tem crise de choro, onde realmente tem um comprometimento e de um modo geral
atrapalha a qualidade de vida da pessoa”, pontua.
A médica ressalta que a Medicina não sabe ao certo porque a TPM
acontece, por isso, os profissionais combatem os mais de 50 sintomas para dar
uma qualidade de vida melhor a essas mulheres. “Então se a paciente tem, por
exemplo, mastalgia (dor na mama) no período menstrual, ela incha, a barriga
fica distendida no período menstrual, às vezes você usa um diurético e ela
melhora. Se é uma irritabilidade, depressão, alteração do humor, às vezes você
usa um antidepressivo, que pode ser usado só no período pré-menstrual, e ela
melhora. Então a gente ataca o sintoma”, reforça.
Suspender a menstruação pode ser uma alternativa, mas o ideal é o que
profissional de saúde investigue bem os sintomas para intervir corretamente.
“Toda vez que eu suspendo a menstruação, eu melhoro essa sintomatologia. Então
se eu usar um método contraceptivo contínuo, fazer com que ela fique sem
menstruar, em vez de menstruar 12 vezes no ano, menstruaria quatro vezes, isso
é perfeitamente possível, faz uma diferença boa. O problema é que isso tem um
caráter subjetivo, então para cada paciente, o organismo entende de uma
determinada maneira, dificulta às vezes o tratamento. Então geralmente a gente
faz um inventário da sintomatologia para poder atuar”, ressalta.
Exercícios e alimentação
Já o profissional de Educação Física, Lázaro Mariano, pontua quais as
atividades físicas que podem ser feitas para amenizar os sintomas e também a
alimentação adequada.
O profissional destaca que durante a TPM, os hormônios femininos
estrogênio e progesterona oscilam muito, e para melhorar os sintomas é
necessário liberar outros hormônios: dopamina, serotonina e endorfina. “A
dopamina é um hormônio que aparece no nosso corpo quando a gente fica diante de
desafios, então se desafiar é importante para liberar esse hormônio e aliviar
os sintomas. A serotonina pode vir a ter no nosso corpo com o sol, a vitamina D
influi na serotonina. Então pode fazer exercícios que nos desafiam e fazê-los à
luz do sol. E por último, a endorfina, em qualquer exercício que você faz
constantemente, ela é liberada”, explica Lázaro, recomendando atividades ao ar
livre como corrida, ciclismo e natação.
Aliar atividade física a uma alimentação saudável é fundamental, lembra
Lázaro. “Não tem como separar uma coisa da outra. Procurar se alimentar de
forma saudável, alimentação rica em fibras, evitar comer muita carne, se bem
que a proteína é bom para quem quer ganhar massa muscular por exemplo, mas a
carne branca é uma opção nessa época, peixe que contém vários tipos de Ômega”,
indica.
Ainda falando em alimentação, a médica Márcia Cristina lembra que fazer
uma suplementação de magnésio e de vitamina B6 melhora na questão da ansiedade.
E para diminuir a cefaleia pré-menstrual, o ideal é diminuir o uso das xantinas
como coca-cola, chás, café, chocolate, entre outros.
(Edição e postagem: Lorena Karlla)