Secretaria da Saúde promove ações de combate ao mosquito palha
“O cão é, como o homem, uma vítima do calazar. O grande vilão é o mosquito palha, transmissor da doença. É ele que devemos combater” – com essa filosofia, Samuel Bonilha, secretário da Saúde de Palmas, abriu a I Semana das Leishmanioses, com trabalhos de campo, nesta segunda-feira, dia 8, no Jardim Taquari. Amanhã, terça-feira, às 8:30 será a abertura do I Seminário de Vigilância às Leishmanioes, no auditório do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
De acordo com o secretário, para diminuir a reprodução do mosquito palha é necessário que toda a população mantenha seus quintais limpos, livres de matéria orgânica. “O lixo e restos de comida são alimentação dos vetores e enquanto estivermos alimentando-os, vamos ajudá-los a se reproduzir e mantê-los em nosso meio” – alerta Bonilha.
Exame sorológico e controle químico
Mais de 100 agentes de endemias estão espalhados pelos principais bairros de incidência de leishmaniose visceral, como o Jardim Taquari, Santa Bárbara, Jardim Aureny III e região das Arnos, fazendo coleta de sangue de cães para o exame sorológico e controle químico com inseticidas.
“Estamos intensificando trabalhos de rotina que é composto por manejo ambiental, com visitação nos quintais das residências, para detecção de situações de risco; atividades educativas com distribuição de material informativo e a cartilha da posse responsável, que traz a legislação ambiental, os cuidados com os animais e a importância da castração” – informa Claúdio Gilberto, diretor de Vigilância em Saúde.
Doença preocupante
De acordo com o biólogo, Edimar Viana Cruz, responsável Técnico pelas Leishmanioses da Semus, as leishmanioses são um problema crescente em todo o Brasil, tornando-se uma das doenças mais preocupantes da atualidade.
“A transmissão da doença, antes restrita a ambientes rurais, vem se expandido para as áreas urbanas, com facilidade, se transformando em ameaça para a comunidade. Queremos desmistificar o cão como principal agente responsável pela doença e alertar para o mosquito que é o grande vilão.” – enfatiza o biólogo.
O que é a leishmaniose?
A leishmaniose possui duas formas: a tegumentar (LTA) e a visceral (LVC). A visceral, também conhecida como calazar, é a forma mais severa de leishmaniose, transmitida através da picada o mosquito palha. Atinge principalmente órgãos viscerais como fígado, baço e medula óssea.
Sintomas da doença
Os principais sintomas são: febre, aumento do baço e fígado.
Humanos e outros animais infectados são considerados reservatórios da doença, uma vez que o mosquito, ao sugar o sangue destes, pode transmiti-lo a outros indivíduos, ao picá-los. Em região rural e de mata, os roedores e raposas são os principais; no ambiente urbano, os cães. Nem todos os cães, quando infectados, apresentam os sinais da doença (emagrecimento, perda de pelos e lesões na pele).
NÚMEROS DE LEISHMANIOSE VISCERAL EM HUMANOS – PALMAS |
ANO |
2007 |
2008 |
2009 |
2010 |
Casos Confirmados |
24 |
36 |
39 |
33 |
· 2010 – Dados até 05 de novembro – Secretaria da Saúde de Palmas – SINAN
· Secretaria da Saúde de Palmas – SINAN
· População estimada em Palmas em 230.000 habitantes
NÚMEROS DE LEISHMANIOSE VISCERAL EM CÃES – PALMAS |
ANO |
2009 |
Animais examinados |
11757 |
Animais soropositivos |
3057 |
Animais soropositivos sacrificados |
2853 |
· Fonte: Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Palmas