
Segurança alimentar é discutida durante painel internacional realizado neste domingo, 25
Indígenas brasileiros e estrangeiros,
autoridades e visitantes se reuniram na manhã deste domingo, 25, na Oca da
Sabedoria, para participar da discussão sobre a cultura alimentar tradicional
indígena. O debate integrou a programação da 2ª Feira Nacional de
Agricultura Tradicional Indígena que acontece nos I Jogos Mundiais dos Povos
indígenas.
Representando a Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Alan Bojanic destacou a
necessidade de reduzir índices de insegurança alimentar no tocante aos povos
indígenas, que é bastante superior se comparado às populações não
indígenas. Bojanic ainda salientou a grande biodiversidade brasileira e
os ricos alimentos produzidos ou extraídos pelos indígenas, como o açaí e a
castanha, que ganharam o mundo.
Alan ainda destacou problemas de má
nutrição identificados. “A transição da dieta tradicional para a ocidental, que
é rica em açúcar, gorduras, acarreta um aumento nos casos de obesidade e
sobrepeso entre os indígenas”, afirmou destacando o elevado consumo de
refrigerantes como um grande vilão.
Esse problema também foi destacado
pelo secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Arnoldo Campos. “Nas cidades atualmente
se morre mais pelo que se come do que por outras causas e essa realidade tem
chegado às aldeias. A comida do homem branco tem ajudado a matar os indígenas.
Precisamos resgatar o alimento tradicional”.
Durante o debate participaram ainda
representantes de consórcios de produtores do Brasil, Chile, do Panamá e
México. Um exemplo de sucesso foi apresentado pelo consórcio dos produtores
Sateré-Mawé, do Amazonas, onde o guaraná é cultivado de maneira orgânica
gerando renda para as aldeias de forma sustentável.