25 outubro 2015 às 18:17

Segurança alimentar é discutida durante painel internacional realizado neste domingo, 25

Indígenas brasileiros e estrangeiros, autoridades e visitantes se reuniram na manhã deste domingo, 25, na Oca da Sabedoria, para participar da discussão sobre a cultura alimentar tradicional indígena.  O debate integrou a programação da 2ª Feira Nacional de Agricultura Tradicional Indígena que acontece nos I Jogos Mundiais dos Povos indígenas.

 

 

Representando a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Alan Bojanic destacou a necessidade de reduzir índices de insegurança alimentar no tocante aos povos indígenas, que é bastante superior se comparado às populações não indígenas.  Bojanic ainda salientou a grande biodiversidade brasileira e os ricos alimentos produzidos ou extraídos pelos indígenas, como o açaí e a castanha, que ganharam o mundo.

 

 

Alan ainda destacou problemas de má nutrição identificados. “A transição da dieta tradicional para a ocidental, que é rica em açúcar, gorduras, acarreta um aumento nos casos de obesidade e sobrepeso entre os indígenas”, afirmou destacando o elevado consumo de refrigerantes como um grande vilão.

 

 

Esse problema também foi destacado pelo secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Arnoldo Campos. “Nas cidades atualmente se morre mais pelo que se come do que por outras causas e essa realidade tem chegado às aldeias. A comida do homem branco tem ajudado a matar os indígenas. Precisamos resgatar o alimento tradicional”.

 

 

Durante o debate participaram ainda representantes de consórcios de produtores do Brasil, Chile, do Panamá e México. Um exemplo de sucesso foi apresentado pelo consórcio dos produtores Sateré-Mawé, do Amazonas, onde o guaraná é cultivado de maneira orgânica gerando renda para as aldeias de forma sustentável.