Seminário discute qualificação de serviços e profissionais da rede de atendimento ao usuário de drogas
Gestores e autoridades públicas, profissionais da saúde, educação e assistência social, comunidade acadêmica e sociedade civil levantaram discussões sobre qual o foco necessário para se investir em políticas de enfrentamento às drogas, na manhã desta quinta-feira, 27 de junho de 2013, na abertura do I Seminário Municipal de Políticas sobre Drogas. O evento acontece no campus da Universidade Federal do Tocantins (UFT) em Palmas e discute o tema “Tratar não é prender e, sim, acolher e cuidar”.
Segundo a gerente de Saúde Mental de Palmas, Fátima Damaso, a proposta do seminário é reunir e qualificar profissionais de diferentes áreas de atuação e comunidade para troca de experiências. E ainda a realização de debates acerca do que precisa ser feito para ampliar e qualificar o atendimento ao usuário de droga primando pela integração e qualificação da comunidade no processo de reintegração do ex-dependente.
Durante a abertura do seminário, o secretário municipal da Saúde, Nicolau Esteves, anunciou a ampliação da rede de serviços especializados de Palmas, que receberá investimentos do Ministério da Saúde de cerca de R$ 600 mil. A verba será empregada na implantação de unidades de acolhimento para adultos e público infanto-juvenil, consultórios de rua e centros terapêuticos a partir de outubro deste ano, conforme acrescentou Fátima.
Na ocasião, o prefeito Carlos Amastha anunciou que, além de estruturar a rede municipal de prevenção e assistência ao usuário de drogas, a Prefeitura irá investir em projetos sociais de outras entidades, como estratégia de ampliação das frentes de atuação do poder público.
Depoimento
Idealizadora do tema do seminário, a usuária do Sistema Único de Saúde (SUS), que frequenta o Centro de Assistência Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD) III 24 horas, Priscilla Freitas, contou sua história e elogiou o acolhimento que recebeu durante o tratamento terapêutico em Palmas. “Eu achei que não teria solução, cheguei a morar nas ruas, mas quando conheci o Caps eles me acolheram e não me deixaram desistir de mim, me tratando com amor, como da família, porque nós somos seres humanos, que sentimos amor, raiva e respeito como qualquer pessoa”, conta.
Emocionando a todos com sua história, Priscilla ainda deixou um alerta. “Cuide dos seus filhos em casa, dê amor, carinho, atenção, converse, antes que o traficante adote ele e carregue tudo, aí pode ser tarde”, disse convicta da sua experiência de vida.
Seminário
Ainda pela manhã, depois das discussões de gestores e autoridades e depoimentos, os presentes participaram de rodas de debate sobre aspectos históricos e culturais relacionados à droga e sobre o abuso, a prevenção e as políticas nacionais de redução de danos à saúde dos usuários.
A partir das 14 horas, acontece a mesa-redonda com o tema “Rede de Atenção ao Usuário de Álcool e outras Drogas: Desafios e Alternativas”.
Autoridades
Outras autoridades presentes no evento: primeira-dama Glô Amastha, coordenador de Políticas sobre Drogas, Ricardo Ribeirinha, coordenadora estadual de Saúde Mental da Secretaria da Saúde do Estado (Sesau), Esther Cabral, a diretora do Departamento sobre Drogas da Secretaria de Defesa Social do Estado (Sedes), Magda Valadares, secretária municipal da educação, Berenice Barbosa e a secretária municipal do Desenvolvimento Social, Maria Luiza Felizola.