
Servidores da Saúde começam curso de Libras para melhor atender usuários surdos
Abertura do curso, promovido pela Semus em parceria com a Semed, aconteceu na manhã desta segunda, 18
Promover a integralidade do atendimento
na rede de saúde municipal, buscando, neste momento, a inclusão social dos
surdos aos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Palmas.
Pensando nesse público, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), em parceria
com Secretaria da Educação (Semed), realizou na manhã desta segunda-feira, 18,
a abertura do Curso de Libras, que oferecerá aos trabalhadores que atuam nas
unidades de saúde capacitação na Língua Brasileira de Sinais.
Durante a abertura, o secretário
municipal de Saúde, Nésio Fernandes, lembrou que a utilização das libras
facilitará a comunicação entre os surdos e os profissionais de saúde. De acordo
com ele, a intenção é que os usuários surdos sejam compreendidos como uma
comunidade que tem características comuns e devem ser reconhecidas como tal. “É
preciso entender que existem outras linguagens além da fala, como, por exemplo,
a língua de sinais. Esperamos que, com o curso, os profissionais da saúde
possam entender melhor as necessidades, anseios e expectativas do usuário surdo,
podendo assim, facilitar o atendimento a essas necessidades com maior clareza”,
disse o secretário, acrescentando que a linguagem de sinais deve ser cada vez
mais popularizada e incentivada.
Experiências
A psicóloga residente Kathy Menten,
que atua no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), conta uma experiência
vivida durante o seu atendimento ao usuário surdo. “Seria uma consulta como as
outras do cotidiano, mas essa foi diferente. Eu tinha que saber compreender e
me comunicar com o paciente com problemas auditivos. Ele precisava me explicar
a sua dor e não havia intérpretes. É uma situação difícil. Foi aí que me chamou
atenção para saber quantos usuários surdos tinha no meu território. Fui
informada que era só aquele, mas na verdade não era. Eram muitos. Mas que não
se aproximavam da unidade de saúde por receio ou medo de não serem
compreendidos”, lembra a profissional, que concluiu o Curso de Libras neste
ano.
A recepcionista do Centro de Saúde da
Comunidade do Setor Novo Horizonte, Cleide Barros, trabalha na saúde há mais de
17 anos e diz que é a primeira vez que terá a oportunidade de fazer o Curso de
Libras. “Tenho certeza que vou melhorar como profissional e poderei atender
essa parcela da comunidade que tem surdez.”
A coordenadora da Fundação Escola de
Saúde Pública de Palmas (Fesp), Juliana Bruno, falou na abertura do curso sobre
a parceria com a Secretaria Municipal da Educação e lembrou que a realização do
curso era um sonho antigo da gestão. “A acessibilidade de pessoas com
deficiência aos serviços básicos no Brasil é precária. Queremos que aqui em
Palmas essa realidade mude. E estamos começando esse processo como os
trabalhadores que atuam na porta de entrada das unidades de saúde, mas
pretendemos expandir para todos os profissionais da rede.”