25 setembro 2021 às 17:10

Servidores que fazem parte da história do Espaço Cultural contam como é trabalhar no órgão

Professores, técnicos e servidores administrativos relatam experiências e curiosidades da instituição, que completa 25 anos neste domingo, 26

Ainda na semana de comemoração do aniversário do Espaço Cultural José Gomes Sobrinho, que completa 25 anos neste domingo, 26, chegou a vez dos servidores do órgão contarem suas experiências. Eles, que fazem parte da história da instituição, compartilharam momentos marcantes de suas trajetórias no maior complexo cultural do Tocantins.

Romário Miranda, Luciane de Marque, Charles Ferreira, Cláudio Montanari e Ronise Rodrigues, cinco servidores que trabalham no Espaço Cultural há mais de 10 anos e têm muito o que compartilhar sobre suas contribuições para a cultura. De coordenadores técnicos a administradores, alguns deles também se tornaram artistas durante a trajetória no local.

Romário Miranda

 “Faço parte de várias ações artísticas produzidas na Fundação, destacando o Coral Municipal de Palmas, no qual atuo desde 2015, como parte do naipe de baixo. Também tive a honra de participar da peça "Auto da Compadecida", a convite do diretor Cícero Belém, um espetáculo bastante aclamado pelo público”, disse o gerente de Gestão, Romário Miranda.

Romário está na Fundação Cultural de Palmas há 12 anos, onde iniciou sua carreira como estagiário no setor administrativo em 2009 e hoje ocupa o cargo de gerente de Gestão. Logo após a sua graduação, Romário foi convidado pela diretoria de Finanças, na época administrada por Igor Melo, a ingressar no corpo técnico da equipe da Fundação Cultural, progredindo para o cargo de Gerente de Gestão, onde trabalha atualmente.

"Na apresentação do ‘Auto da Compadecida’ acabei criando um bordão que pegou muito e foi motivo de muitas gargalhadas pelo público, principalmente as crianças. Na hora em que Jesus, o meu personagem, tentava desconcentrar o personagem do Diabo, ele dizia "Iti malia bb". Aquela foi uma grande sacada, que até hoje me perguntam sobre”, lembrou Romário.

Luciane de Marque de Bortoli

Atuando na cultura desde 2005, Luciane começou como coordenadora do Centro de Criatividade e atualmente é gerente de Projetos da Fundação Cultural de Palmas. Para ela, a melhor parte em trabalhar no Espaço Cultural é proporcionar o acesso do cidadão palmense à arte e à cultura, além do convívio diário com as diversas linguagens artísticas.

“Foram incontáveis momentos marcantes, de modo especial a evolução das políticas culturais como a captação de recursos para a reforma do Theatro Fernanda Montenegro em 2009; implantação da Rede Municipal de Pontos de Cultura; mostras, concertos e espetáculos dos alunos dos cursos de artes e exposições na Galeria Municipal de Artes.”

“Uma história marcante foi quando a reforma do Theatro Fernanda Montenegro estava nas minhas mãos. Era uma obra muito necessária e o prazo para conseguir o convênio com o Ministério da Cultura se encerraria naquele dia, em 2009. Faltava poucas horas para o Natal, eu também precisava fazer a ceia. Neste dia trabalhei em casa, passei o dia subindo e descendo escadas para conseguir o convênio e entregar a ceia na hora certa. No final deu tudo certo’’, lembra Luciane.

Charles Ferreira

Técnico eletricista na Fundação Cultural de Palmas desde 2007 e coordenador técnico do Theatro Fernando Montenegro, Charles Ferreira afirma que o que mais gosta em seu trabalho na cultura é a liberdade de expressão. “O contato com as mais variadas formas de artes e artistas te faz evoluir, crescer como pessoa e pensar como sociedade”, avaliou.

“Você passa a valorizar muito mais tudo que está a sua volta, pois a cultura representa muito mais do que simples diversão, cultura é a identidade de um povo, é tornar possível um imaginário às vezes distante, é amor e transformação”, acrescentou.

Ele nos disse que um dos momentos mais marcantes foi trabalhar com o ator José Wilker. “Ver a simplicidade de um ator extraordinário como ele, humildade em pessoa, em cena ali pertinho, no qual você acompanha somente pelas telinhas, foi marcante com certeza”, concluiu Charles.

Cláudio Montanari

Claudio Montanari trabalha na Fundação Cultural desde 2006 como professor de desenho e afirma que é muito animador, pois lá é onde está o foco da cultura palmense, onde tudo acontece. Durante todo esse tempo, destaca que já fez contribuições para o Theatro, Galeria Municipal de Artes, várias oficinas de artes visuais, entre outros.

"No princípio havia muito mais professores da minha área no Espaço Cultural. No Natal de 2010, todos os professores de artes visuais se reuniram e pintaram a cúpula do Theatro Fernanda Montenegro. Éramos oito ou nove professores do Espaço Cultural e da Casa de Cultura Professora Maria dos Reis”.

Ronise Rodrigues Monteiro

Assistente administrativa há 21 anos no Espaço Cultural, Ronise começou trabalhando na Biblioteca Jaime Câmara no acervo de jornais e revistas. Logo depois foi transferida para o gabinete e chegou a trabalhar com todos os dirigentes da FCP, exceto Luara de Aquino Ramos.

Ronise contou sobre uma situação engraçada que presenciou no teatro. “Quando a peça 'Dona Flor e Seus Dois Maridos' foi apresentada aqui no Theatro Fernanda Montenegro, o público de Palmas não tinha o costume de ver apresentações como aquelas com cenas de nudez. As pessoas idosas da plateia ficaram assustadas, um burburinho começou a ecoar no teatro, foi muito engraçado”, lembrou Ronise.

A assistente também falou o quanto o Espaço Cultural foi presente em sua vida. “Trabalhar na Cultura para mim é tudo, é uma vida. Minhas filhas foram alunas daqui, cresceram nesse lugar. Trabalhar no Espaço Cultural é um desafio, nunca estamos na rotina, é inovador, ambiente saudável, considero a cultura como fator primordial para formação e desenvolvimento do cidadão.”

Nas áreas técnica, administrativa ou nas salas de aulas são os servidores que ajudam a dar vida ao espaço físico, movimentando toda a engrenagem da cultura que acontece no Espaço Cultural de Palmas.