
Técnicos da Saúde debatem preservação ambiental durante Seminário Água Viva
Pensando em criar um espaço para
debater a possibilidade de escassez da água, a poluição e má gestão dos
recursos hídricos, a Secretaria de Saúde de Palmas e a Fundação Escola de Saúde
Pública de Palmas (Fesp) foram convidadas pela Associação de Preservação Ambiental e Valorização
da Vida- EcoTerra, para promover o primeiro Seminário Água é Vida. O evento
ocorreu durante este último final de semana, na sede da Associação dos
Chacareiros Santa Fé e reuniu os moradores da região e também
ambientalistas e técnicos da Saúde de Palmas.
“A intenção do encontro foi tratar do tema água
como fonte de vida, tendo como foco o Ribeirão Taquaruçu, seus desafios e
perspectivas para o melhor uso desse importante recurso hídrico”, explica o
educador e permacultor Fernando Gomes da
Silva, acrescentando que a conservação do ribeirão tem reflexo na saúde
dos moradores de Palmas e de toda a biodiversidade que dele depende.
De acordo com Fernando por esse motivo que foi
programada uma palestra o Direito da Natureza, que apresentou exemplos de
outros países como Bolívia, Equador, Índia e Austrália que avançaram muito em
suas constituições ao transformar recursos hídricos e a natureza como um
sujeito de direito. “Muitos rios secaram e muitos animais domésticos e
silvestre morreram, lavouras e criações inteiras foram perdidas pela falta de
água, pela sede”, lembra o educador.
Seguindo a mesma linha, durante o evento foi
apresentado e debatido sobre a Permacultura como prática ecoeficientes. Uma
prática que a Secretaria de Saúde de Palmas quer adotar visando melhorar o
uso correto do meio ambiente e com as pessoas.
Nessa perspectiva, os técnicos da Secretaria de
Saúde e a Fesp, explicaram aos presentes sobre o Projeto PermaSUS,
(Permacultura no Sistema Único de Saúde) com a montagem de um Sistema Ecológico
que trata a Água Cinza. Dessa forma buscou estimular, produzindo os moradores
daquela região que estão inseridos no Centro de Saúde da Comunidade, a
realização de mutirões, empoderando os usuários para cuidarem melhor da unidade
onde são atendidos e do ambiente onde moram. A atividade envolveu mulheres,
crianças, adolescentes, adultos e idosos na construção do Círculo de Bananeira,
com o plantio de mudas de bananeiras para proteger a água do Ribeirão.
“Observei que as atividades propostas foram na
direção de uma possibilidade de mudança, de renovação, diante das crises.
Juntos construímos soluções para algo que era um problema ambiental e que agora
serve de alimento. E que num futuro recente, frutos sejam colhidos. Neste
caso de duas formas: das bananeiras que serão alimentadas pelo sistema e logo
dará frutos e pela semente plantada em cada participante. Que eles possam em
seus espaços e organizados coletivamente ter mais força. Essa semente lança a
mensagem que as unidades de saúde, em especial as da zona rural, podem ser
exemplo de relação com a natureza manifestado em suas estruturas de
ecoeficiência” conta Anderson Fonseca da equipe técnico da Fesp e colaborador
da Eco-Terra.
Para a realização do plantio, várias doações de
mudas foram recebidas e plantio nas margens dos Ribeirões Taquaruçu Grande e
Pequeno pôde ser feito. Também fizeram parte da programação além de atividades
culturais como Cinema Ambiental, com tema voltados para a questão da água,
palestras sobre Meio Ambiente e Poder Público, Sistema de Cadastramento
Ambiental, compostagem com e sem minhocas e assoreamentos, causas e
consequências.
O evento contou com a participação de várias
instituições, como Universidade Católica do Tocantins, Instituto Federal do
Tocantins – (IFTO), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Conselho
Indigenista Missionário (CIMI) Ordem de Advogados do Brasil (OAB) Associação
Água Doce e Movimento Pela Vida.