
Tizuka Yamazaki fala sobre processo de gravação de Encantados, filme que está em exibição no Cine Cultura
O filme continua em exibição no Cine Cultura, na sexta-feira, às 20h30 e no sábado às 18h30
A força da natureza, com
suas magias e mistérios é a essência de encantados, filme em cartaz
no Cine Cultura, que teve sua estreia nesta quinta-feira, 13, com a presença da
diretora Tizuka Yamazaki, que participou de um bate-papo com o público e contou
um pouco do processo de filmagem do longa. A participação de Tizuka é uma
atividade do Ponto de Cultura Telas em Cenas, com apoio da Fundação Cultural de
Palmas (FCP). O filme continua em exibição no Cine Cultura, na sexta-feira, às
20h30 e no sábado às 18h30.
Encantados é uma adaptação
do livro da Pajé, Zeneida Lima, O Mundo Místico dos Caruanas da Ilha do Marajó,
e conta a história de Zeneida (Carolina Oliveira), então menina, que sai de
Belém, com a mãe Zezé (Letícia Sabatella), os sete irmãos e a empregada Cotinha
(Dira Paes), e vai para Ilha do Marajó, por determinação de Angelino (José
Mayer), pai ilegítimo dos oito filhos que teve com Zezé. Na Ilha, Zeneida
passa por seu rito de passagem: seu dom de pajé, que era sufocado pela família,
se aflora quando ela entra em contato direto com a natureza.
Tizuka explica que fazer
Encantados foi um processo muito difícil, porque “o filme fala sobre fé, a
pajelança cabocla, que é mais complicado para a população entender”, outra
questão apontada pela cineasta é que para retratar a fé, é preciso acreditar
naquilo que está sendo contado. “Encantados fala de fé, então eu também
precisei acreditar, e esse foi um longo processo”, disse, ao afirmar que
conheceu Zeneida no final dos anos 90, e só em 2008 conseguiu iniciar as
gravações.
Por contar uma história que
teria acontecido na Ilha do Marajó, nos anos 30, Tizuka relatou que foi preciso
fazer muitas experimentações, uma vez que a Ilha passou por muitas mudanças, e
não se encontra mais tão preservada.
Encantados é um filme que
enaltece a magia da Amazônia e remete a necessidade de preservação, não só da
fauna e da flora, mas sua cultura e histórias. “Não é uma questão de defender
só a floresta, mas às entidades espirituais, se destruírem a Amazônia vão
destruir a alma do Brasil”, reforçou Tizuka.
A diretora, que já filmou algumas
cenas no Tocantins, para o filme “Gaijin, ama-me como sou”, também falou sobre
a vocação do Estado para o Cinema. “Um Estado que possui três biomas, raramente
chove e que tem pessoas loucas para fazer filme, é ideal para um polo de
cinema”.
Presente na plateia, a
indígena Narubia Werreria falou sobre encantados: “Um trabalho muito
respeitoso, a gente consegue se vê ali. Trabalhos como esse, que traz essa
riqueza cultural, é muito importante”.
Professor de antropologia no
curso de psicologia do Centro Universitário Luterano, Sonielson Sousa, levou seus
alunos para a sessão especial de Encantados. “Há tempos eu buscava trazer meus
alunos ao Cine Cultura, e como a temática do filme diz respeito aos assuntos
que tratamos em antropologia eu trouxe as turmas, também para instiga-los a
conhecer esse equipamento cultural que é o Cine Cultura”, afirmou.
Telas
em Cenas
O projeto Telas Em Cena
divide-se em quatro eixos: Informação, Política e Diretrizes,
Intercâmbio, e Difusão com ações direcionadas que atendem demandas
de produtores locais, diretores, roteiristas, estudantes da rede pública de
ensino, crianças, adolescentes e jovens, idosos, populações de baixa renda de
Zona Rural e situação de vulnerabilidade.
Responsável pelo projeto,
Nival Correia conta que a proposta é contribuir para o desenvolvimento e
fortalecimento da cena audiovisual palmense. “Palmas tem se destacado
através do enfoque audiovisual, com produções independentes locais e a nível
nacional, com produções de grande visibilidade como filmes e novelas, que
potencializaram os recursos criativos da cidade, gerando emprego e renda de
forma direta com a contratação de profissionais locais e com a prestação de
serviços”, conta Nival Correia.
A atividade é uma realização
do Instituto Social do Tocantins em parceria com a
Fundação Cultural de Palmas e Ministério da Cultura, através do
edital de Pontos de Cultura de Palmas. O projeto tem o apoio da Fundação
Escola de Saúde Pública (Fesp) e restaurante Maria Isabel Cozinha
Contemporânea.
(Edição e postagem: Lorena
Karlla)