
Produção de soja na Capital cresce 269% entre 2013 e 2017 e já passa de 71 mil toneladas
Com apoio técnico da Prefeitura, por meio da Seder, produtores já se preparam para um novo plantio após o Vazio Sanitário da soja
A
produção agrícola em Palmas tem registrado crescimento nos últimos anos, com
destaque para a soja, cuja safra 2016/2017 chegou a 71.056 toneladas de grão
ante 26.400 em 2012/2013, um aumento de 269,1%. Já a produtividade cresceu
6,06%, saindo dos 3,30 quilos por hectare em 2013 para 3,50 no mesmo período. O
mesmo com a área plantada, que saiu dos 8 mil hectares para 20.390 hectares.
De
acordo com o secretário Municipal de Desenvolvimento Rural (Seder), Roberto
Sahium, a Prefeitura de Palmas, por meio da Seder, oferece apoio técnico a 11
produtores de Palmas, que são orientados sobre a conservação de solo, terraços
e planejamento da produção. “Além disso, fazemos um forte trabalho de conservação
das estradas vicinais para garantir o escoamento da produção e assim diminuir
os custos para o produtor”, destacou Sahium.
Sahium
informou também que boa parte do que é produzida na região é adquirida por
empresas multinacionais, provando que os grãos têm qualidade competitiva com de
outras regiões do País.
E os
produtores palmenses já estão em preparação para um novo plantio, após o fim do
Vazio Sanitário da soja, que aconteceu de 1º de julho a 30 de setembro em todo
o Estado. Segundo informações da
Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagro), nesse período fica
proibido o plantio da soja em lavouras de sequeiro. O objetivo é prevenir e
controlar a ferrugem asiática. A exceção é para o plantio para fins de pesquisa
científica e de produção de sementes, desde que seja monitorado, bem como da
liberação para cultivo nas várzeas tropicais nos municípios de Lagoa da
Confusão, Dueré, Pium, Formoso do Araguaia, Cristalândia e Guaraí.
Trabalho em família
Pioneiros
na produção de soja no Tocantins, e em especial na região rural de Palmas, em
Buritirana, a família do produtor Jeferson Marasca possui uma história de
sucesso em meio a trabalho duro. Muito antes de o Tocantins existir, sua
família já cultivava terras no antigo Norte Goiano, isso em 1987. “Tudo começou
com o arroz. Não existiam a tecnologia e o investimento que temos hoje. As
dificuldades eram muitas, principalmente na parte da infraestrutura das
estradas. Lembro que naquela época a cidade mais próxima com asfalto era Porto
Nacional”, explicou. Segundo ele, o incremento da produção veio com a aposta na
pecuária. O trabalho é feito em parceria com o pai, Gilberto Marasca, e com o
irmão, Pedro Marasca.
O
cultivo da soja só veio em 1998 com uma área plantada de 120 hectares. “Nesse
período em que estamos trabalhando com a soja, o que realmente deu um impulso
para nossa produção foi a pavimentação das estradas da região. Depois disso
tudo menos complicado”, garante o produtor. “Naquela época a gente acreditava
que não ia ter êxito devido às dificuldades diárias em conseguir insumos, mão
de obra e ainda vender nosso produto, que no começo foi comercializado em
Anápolis (GO).”
Outro
incentivo a todos os produtores foi o interesse de grandes empresas na compra
da soja plantada na região, como a Bunge, Cargill, Agrex, dentre outras.
“Também é importante destacar que a melhoria genética dos grãos tem garantido
novos mercados, como o da China, uma das grandes compradoras da soja
brasileira”, ressaltou Marasca.
Após
o Vazio Sanitário, Marasca prepara um novo plantio já para o dia 20 de outubro.
“Nossa produção média é 60 sacas de soja por hectare em uma área plantada em
torno de 1.500 mil hectares”.