
Melhoramento genético é alternativa para impulsionar a cadeia produtiva de leite em Palmas
Seder deu início ao protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo em propriedades rurais da Capital
Alinhar o conhecimento científico com as práticas em campo é
comprovadamente um diferencial no agronegócio. E para fomentar o
desenvolvimento da cadeia produtiva de leite na Capital, a Prefeitura de
Palmas, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder) tem trabalhado
arduamente com produtores locais desde o aprimoramento da pastagem até o
melhoramento genético. E nesta terça-feira, 12, foi dado início a mais um ciclo
de inseminações artificiais em matrizes bovinas.
Apesar de o método de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) não
ser uma novidade para os produtores locais com o acompanhamento feito pela
Seder, este ano o programa de Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro é subsidiado
exclusivamente pelo Município, com a oferta da mão de obra e insumos, incluindo
o sêmen.
O resultado dessa primeira ação resultou em 55 vacas implantadas e seis
produtores atendidos.
Conforme a médico veterinário da Seder, Cláudio Sayão, a necessidade do
melhoramento genético do rebanho de leite é um gargalo apontado pelos
produtores da Zona Rural de Palmas, em diagnóstico feito pelo Município sobre a
realidade do setor. “Há aproximadamente um ano e meio estamos dando ênfase na
alimentação dos rebanhos, fato apontado como o maior problema informado no
diagnóstico inicial das atividades em suas fazendas e chácaras. Ao longo desse
tempo fizemos visitas e apontamos alternativas”, explica.
Sobre o protocolo de IATF, Sayão detalha que serão inseminadas até dez
vacas por atendimento, sendo disponibilizada uma a mais, a cada dez matrizes.
“Temos cerca de 50 produtores cadastrados, mas nem todos terão condições nesse
primeiro momento de participar do processo, por diversas questões, como a
presença de vacas prenhes, e não oferecem condições estruturais e nutricionais
para o rebanho, fatos que buscaremos ajustar em breve”, detalha.
O secretário da Seder, Roberto Sahium, acrescenta que a inseminação é
mais uma ferramenta da assistência técnica aos produtores. “A IATF permite
alinhamento do cio, programação da gestação e consequentemente melhoria no
rendimento da produção de leite, pois o nascimento dos bezerros e lactação são
controlados.
Um dos produtores assistidos pela Seder é Silvio Mucio de Oliveira, que
consegue obter em seu sítio diariamente 750 litros de leite. Atualmente são 70
vacas em lactação e 30 secas. “Crio gado há 18 anos e sempre optei pela
assistência técnica como uma forma de minimizar as perdas e conseguir bons
resultados”, detalha.
O bem-estar animal é um diferencial no sítio de Oliveira. Cada vaca
possui numeração e nome próprio. Elas são cuidadosamente acompanhadas por
funcionários do sítio, com anotações minuciosas sobre o desenvolvimento de cada
matriz. “Minha meta para esse ano é atingir diariamente mil litros de leite.
Para isso também invisto em pasto irrigado e silagem, assim no período da seca
as vacas conseguem manter o rendimento típico do período chuvoso”.
IATF
O método de IATF usa hormônios que induzem a ovulação da vaca e a
colocação do sêmen exatamente no dia programado, pois a matriz já foi
estimulada anteriormente com o hormônio injetável e o uso de um dispositivo
intravaginal de progesterona. “O implante fica oito dias no interior da vaca, e
logo após é feita a inseminação”, explica Sayão.
A IAFT permite realizar diversos cruzamentos, com a seleção das
características que serão reproduzidas, escolha da data do parto, organização
do manejo e melhoria dos ganhos financeiros com aumento do índice de vacas
prenhes, em comparação com a monta natural.
Antes do procedimento, as matrizes precisam estar separadas dos touros
por pelo menos 30 dias e apresentar bom estado nutricional. Antes da colocação
do implante é feita uma ultrassonografia para garantir que as vacas não estejam
prenhes, caso a eficiência da separação não possa ser assegurada, bem como
avaliação do útero e ovários.
Edição: Lorena Karlla