Irrigação implantada na Fazendinha do Calor Humano é modelo para pequenas propriedades da zona Rural de Palmas

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural

Autor: Fernanda Mendonça | Publicado em 20 de julho de 2020 às 14:05

Os produtores interessados pelo sistema de irrigação podem entrar em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Rural de Palmas e solicitar orientação técnica

Técnica milenar e com bons resultados, a irrigação é um diferencial na prática agrícola. Por meio dela é possível aumentar a produtividade, reduzir perdas, diminuir os impactos causados pelo período de estiagem e auxiliar na aplicação de insumos nas culturas plantadas. A Prefeitura de Palmas, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder), conclui neste mês de julho a implantação de um sistema de irrigação na Fazendinha do Calor Humano, localizada no Centro Agrotecnológico de Palmas (CAP).

O projeto para irrigar aproximadamente seis hectares é composto por sete talhões, sendo dois de aspersão convencional e os outros cinco por gotejamento, cada um com seu cavalete de controle, conforme explica o engenheiro agrícola da Seder, Charles Moura e Silva. “A água é bombeada para a rede que atende os setores funcionando de forma alternada selecionada por meio da abertura e fechamento dos registros em seus respectivos cavaletes”, detalha.

Assim que o sistema estiver em pleno funcionamento, até final de julho, uma nova área de milho será cultivada. A irrigação também poderá ser aplicada no cultivo de feijão, mandioca, arroz, melancia, melão, pastagem, dentre outras culturas que aceitam umidade, principalmente nas folhas e caule.

Algumas pequenas áreas na Fazendinha do Calor Humano já são beneficiadas com irrigação, mas apenas pelo sistema de gotejamento na cultura de banana e batata doce. “Para o gotejamento praticamente todas as culturas podem ser irrigadas. O uso da água é racional e reduz perdas, principalmente por evaporação. O gotejamento economiza insumos e defensivos pelo menor gasto energético com bombeamento e com o controle de plantas daninhas que deixam de receber água da irrigação”, detalha Silva.

Sobre o manejo, o engenheiro agrícola explica que é fundamental o acompanhamento diário do balanço hídrico em conjunto com o estágio de desenvolvimento em que se encontre a cultura. “Para o talhão com aspersão projetado na Fazendinha, a estimativa é de algo em torno de duas horas de funcionamento diário para suprir a demanda hídrica do milho em estágios mais avançados de desenvolvimento, no entanto para cada cultura o tempo de operação ideal do sistema varia e uma forma prática de o produtor poder determinar o tempo de operação é observando a umidade no solo e a própria planta que apresenta sinais tanto do excesso de água como da sua falta”, ensina Silva.

Anualmente diversas técnicas de plantio e cultivo são colocadas em prática na Fazendinha do Calor Humano. A iniciativa visa replicar o manejo em propriedades rurais de Palmas, além de fornecer alimentos para as escolas municipais, pois tudo que é produzido no local complementa a merenda escolar.

 

Especificações técnicas

A tubulação possui uma adutora em PVC azul específico para irrigação. Os canos estão enterrados e medem 75mm e classe de pressão PN 80, enquanto as tubulações dos cavaletes são de diâmetro 50mm PN 80. “Optamos por essas especificações de cavaletes, pois precisam ser mais rígidos e duráveis, já que ficam expostos a ações mecânicas e manuseio. A escolha de materiais de qualidade é fundamental para o produtor diminuir os prejuízos financeiros com trocas e encarecer os custos do cultivo”, alerta Silva.

A tubulação nas linhas laterais dos aspersores e as linhas ramais de onde partem os tubos gotejadores é de 50 mm. A classe de pressão instalada é de PN 60 “pois estas serão enterradas ou parcialmente enterradas ficando menos expostas a agentes deteriorantes”, explica o engenheiro agrícola.

Um dos talhões de aspersão compreende uma área com medidas aproximadas de 95x65m (cerca de 6200m²) contando com três linhas de aspersores fixos e quatro aspersores por linha (12 no total), funcionando uma linha por vez. Os aspersores estão instalados com espaçamento de 18x24 metros e cada aspersor cobre um raio aproximado de 25 metros.

As especificações técnicas de instalação dos cinco talhões de gotejamento incluem tubos gotejadores espaçados a cada três metros com gotejadores espaçados a cada 30 centímetros de tubo e com vazão de 2,0 litros/hora por gotejador. Estes talhões têm em média 90x90m o que dá cerca de 2700 metros de tubos gotejadores por setor e uma vazão de cerca de 18 mil litros hora.

Os produtores interessados pelo sistema de irrigação podem entrar em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Rural de Palmas e solicitar orientação técnica. A equipe responsável pelo trabalho fará uma visita e planejará todo o projeto de irrigação pretendido, além de acompanhar o desenvolvimento da cultura pretendida.