Melhoramento genético é alternativa para impulsionar a cadeia produtiva de leite em Palmas

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural

Autor: Fernanda Mendonça | Publicado em 13 de maio de 2020 às 17:46

Seder deu início ao protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo em propriedades rurais da Capital


Alinhar o conhecimento científico com as práticas em campo é comprovadamente um diferencial no agronegócio. E para fomentar o desenvolvimento da cadeia produtiva de leite na Capital, a Prefeitura de Palmas, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder) tem trabalhado arduamente com produtores locais desde o aprimoramento da pastagem até o melhoramento genético. E nesta terça-feira, 12, foi dado início a mais um ciclo de inseminações artificiais em matrizes bovinas.

 

Apesar de o método de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) não ser uma novidade para os produtores locais com o acompanhamento feito pela Seder, este ano o programa de Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro é subsidiado exclusivamente pelo Município, com a oferta da mão de obra e insumos, incluindo o sêmen.

 

O resultado dessa primeira ação resultou em 55 vacas implantadas e seis produtores atendidos.

 

Conforme a médico veterinário da Seder, Cláudio Sayão, a necessidade do melhoramento genético do rebanho de leite é um gargalo apontado pelos produtores da Zona Rural de Palmas, em diagnóstico feito pelo Município sobre a realidade do setor. “Há aproximadamente um ano e meio estamos dando ênfase na alimentação dos rebanhos, fato apontado como o maior problema informado no diagnóstico inicial das atividades em suas fazendas e chácaras. Ao longo desse tempo fizemos visitas e apontamos alternativas”, explica.

 

Sobre o protocolo de IATF, Sayão detalha que serão inseminadas até dez vacas por atendimento, sendo disponibilizada uma a mais, a cada dez matrizes. “Temos cerca de 50 produtores cadastrados, mas nem todos terão condições nesse primeiro momento de participar do processo, por diversas questões, como a presença de vacas prenhes, e não oferecem condições estruturais e nutricionais para o rebanho, fatos que buscaremos ajustar em breve”, detalha.

 

O secretário da Seder, Roberto Sahium, acrescenta que a inseminação é mais uma ferramenta da assistência técnica aos produtores. “A IATF permite alinhamento do cio, programação da gestação e consequentemente melhoria no rendimento da produção de leite, pois o nascimento dos bezerros e lactação são controlados.

 

Um dos produtores assistidos pela Seder é Silvio Mucio de Oliveira, que consegue obter em seu sítio diariamente 750 litros de leite. Atualmente são 70 vacas em lactação e 30 secas. “Crio gado há 18 anos e sempre optei pela assistência técnica como uma forma de minimizar as perdas e conseguir bons resultados”, detalha.

 

O bem-estar animal é um diferencial no sítio de Oliveira. Cada vaca possui numeração e nome próprio. Elas são cuidadosamente acompanhadas por funcionários do sítio, com anotações minuciosas sobre o desenvolvimento de cada matriz. “Minha meta para esse ano é atingir diariamente mil litros de leite. Para isso também invisto em pasto irrigado e silagem, assim no período da seca as vacas conseguem manter o rendimento típico do período chuvoso”.

 

IATF

 

O método de IATF usa hormônios que induzem a ovulação da vaca e a colocação do sêmen exatamente no dia programado, pois a matriz já foi estimulada anteriormente com o hormônio injetável e o uso de um dispositivo intravaginal de progesterona. “O implante fica oito dias no interior da vaca, e logo após é feita a inseminação", explica Sayão.

 

A IAFT permite realizar diversos cruzamentos, com a seleção das características que serão reproduzidas, escolha da data do parto, organização do manejo e melhoria dos ganhos financeiros com aumento do índice de vacas prenhes, em comparação com a monta natural.

 

Antes do procedimento, as matrizes precisam estar separadas dos touros por pelo menos 30 dias e apresentar bom estado nutricional. Antes da colocação do implante é feita uma ultrassonografia para garantir que as vacas não estejam prenhes, caso a eficiência da separação não possa ser assegurada, bem como avaliação do útero e ovários.

 

 

Edição: Lorena Karlla