Palmas 32 anos: fonte de inspiração para artistas de todas as linguagens

Fundação Cultural de Palmas

Autor: Samara Martins | Publicado em 19 de maio de 2021 às 18:22

A Capital já foi cenário para filmes, se tornou livro, espetáculo teatral e documentários, entre outras obras de arte

Prestes a completar 32 anos, nessa quinta-feira, 20 de maio, Palmas é fonte de inspiração para artistas dos mais variados segmentos, que se inspiraram na cidade, suas linhas, arquitetura e história para criar filmes, músicas, livros, entre outras obras de arte. Junto com a Capital, que nasceu do nada no cerrado tocantinense, surgiu uma cultura vibrante, que bebe na fonte da própria cidade e de tudo que com ela surgiu.

 

Diretor do documentário ‘Terminal de Lembranças’, sobre o antigo terminal rodoviário de Palmas, o jornalista Gleydsson Nunes conta que o local o impactou logo ao chegar à cidade e teve reflexos em toda a sua experiência na Capital, o que o levou a realizar uma exposição fotográfica e posteriormente o documentário.

 

“Aquele lugar e aquelas pessoas impactaram imediata e decisivamente minha experiência e minha relação com a Capital. Lá realizei uma exposição fotográfica enquanto estudante de Jornalismo da então Unitins (Universidade do Tocantins). Anos depois, veio o documentário. Era urgente que os personagens falassem, que fossem vistos e que, em certa medida, curassem as feridas da conturbada transferência da rodoviária e seus efeitos futuros”, conta.

 

“Dez anos depois da primeira exibição de Terminal de Lembranças no VI Salão do Livro do Tocantins, e de inúmeras exibições em escolas, faculdades, cineclubes, salas de cinema, considero o documentário patrimônio da cidade. Para um realizador, não pode haver prêmio maior”, afirma sobre o documentário lançado em 2010, com apoio da Fundação Cultural de Palmas (FCP). Você pode conferir o documentário no youtube https://www.youtube.com/watch?v=yj4livrlhtk


Literatura

Na literatura, publicado em 2018, ‘Palmacética’, de Thiago Ramos França retrata a Palmas em prosa e verso, trazendo nuances tanto das suas características físicas como do contexto político da Capital e do Estado. De acordo com o escritor, a cidade inspira, oprime, expande, sentimento que deve render outros dois livros, formando uma trilogia.

 

“Sempre gostei de andar a pé pela cidade. Mas nessa época, ainda universitário, há quase 20 anos, não sentia que tinha o tempo necessário - a vivência necessária pra escrever sobre Palmas ... E cinco anos após iniciado o projeto do livro, em 2015, a época morando em São Paulo, pude associar, colocando em perspectiva as multiplicidades que aproximavam todas as cidades”, destaca França.

 

“Quis trazer para ‘Palmacética’ o olhar cosmopolita que adquiri a partir de Palmas, que passava por várias outras cidades e referências da cultura (música, história, literatura, cinema, teatro, performance, artes visuais) e que, no fim das contas, me retornavam para ela, numa espécie de síntese de construção do meu imaginário”, ressalta França, citando: “Palmas é meu ponto de partida e de chegada. Comporta o meu amor e o meu ódio. Ela me oprime e me expande. Me acaricia e violenta”.


Teatro

No teatro, o espetáculo “Palmas em Versos”, criado pela companhia A Barraca Cia de Artes, em 2010, exibiu poesias de diversos autores do Tocantins em homenagem ao aniversário de 21 anos da Capital. Diretora e atriz integrante da Barraca, Magna Carneiro explica que o espetáculo continha poesias de José Gomes Sobrinho e Odir Rocha sobre as origens da cidade. “Palmas em Versos foi um espetáculo com bastante movimento e música, onde falávamos de Palmas como era no início, a partir de uma poesia do José Gomes Sobrinho, que falava sobre a construção de Palmas”, conta Magna.

 

“A Palmas de 2010 ainda era muito jovem, mas nascendo muito bonita. O espetáculo seguiu até 2012 e foi muito lindo e emocionante, um processo que lembrava cada detalhe da cidade, falado em poesias. Falava de amor, desse envolvimento e expectativa de crescimento das pessoas quando chegam a Palmas”, comenta.

 

Audiovisual

Também no audiovisual a Capital foi registrada por diversos olhares, mas ganhou um presente especial com o filme ‘Palmas eu Gosto de Tu’. Produzido pela produtora local SuperOito, com recursos de edital promovido pela Fundação Cultural de Palmas, o longa lançado em 2014 mostra o olhar de diversos cineastas locais sobre a Capital do Tocantins. O projeto lançou o desafio de contar histórias tendo Palmas como cenário e inspiração a seis diretores tocantinenses: André Araújo, Roberto Giovannetti, Wertem Nunes, Hélio Brito, Marcelo Silva e Eva Pereira. A experiência inédita na produção cinematográfica local gerou um filme 100% tocantinense, que leva o título de primeiro longa-metragem coletivo da região.


As histórias são retratadas em diversos pontos conhecidos do palmense, como a Praia da Graciosa, Praça dos Girassóis e Taquaruçu, e são embaladas por uma trilha sonora original assinada pelo maestro Heitor Oliveira e pelo compositor e intérprete Paulo Vieira, produzida exclusivamente para o longa. O filme apresenta a cidade como um personagem em si e o público pode esperar vários pontos de identificação.

 

Autor da trilha sonora de ‘Palmas eu Gosto de Tu’, o maestro Heitor Oliveira, explica que a música permeia o filme como elemento que une as histórias, “Ao compor para um filme, a gente faz um exercício subjetivo de concatenar música, imagens, narrativas. Em ‘Palmas Eu Gosto de Tu’, as imagens da cidade e a apresentação de situações e personagens inseridos em sua realidade me guiaram pela busca de ritmos, timbres e melodias que refletissem sua modernidade, sua precariedade, sua conexão com as culturas populares ao seu redor etc. Embora o filme tivesse seis histórias separadas, a música acompanha mais a própria cidade, como cenário e elemento unificador”.

 

O maestro afirma também que a cidade proporciona meios de sua música ser ouvida, e que isto é fonte de inspiração. “Palmas me inspira proporcionando um contexto cultural e oportunidades para minha música ser ouvida. Desde que cheguei aqui, tenho colaborado em diversos projetos na música, nas artes cênicas e no audiovisual.”

 

O filme Palmas eu Gosto de Tu está disponível para gratuitamente no canal do Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=v5Cnmwjblig

 

Aos 32 anos, Palmas foi, é, e continuará inspirando artistas em todas as linguagens. Você pode acompanhar alguns destes produtos gratuitamente na plataforma da FCP www.curtapalmas.com