Secretaria Municipal Extraordinária dos Jogos Indígenas
Autor: Márcio Greick | Publicado em 31 de outubro de 2015 às 08:26
A arena verde foi palco nesta sexta-feira, 30, de
competições entre os povos indígenas de várias etnias, durante a realização dos
I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas.
Com um clima agradável, após a chuva que caiu
durante a manhã na Capital, o público compareceu à arena verde para prestigiar
a corrida de 100 metros entre os povos indígenas.
No masculino, o povo Xerente foi o vencedor da
corrida de 100 metros na areia, e as meninas da etnia Pataxó levaram a melhor,
durante a corrida.
Apresentações tradicionais
Após a corrida os indígenas da etnia Rikbaktsa,
conhecidos com o grandes canoeiros do país, apresentaram o ritual do fogo
sagrado. Um indígena guerreiro carrega um graveto e uma madeira representando o
ritual para acender o fogo durante os jogos, enquanto o publico da arquibancada
aplaudia.
Em seguida a etnia Bakairi apresentou um ritual,
escolhido entre eles, para o público da arquibancada em agradecimento aos dias
de competição. Os indígenas desfilaram pela arena invocando o espírito,
vestidos com a capa, vestimenta feita de capim e acessórios da natureza,
entoando cânticos de agradecimentos pelos alimentos conseguidos a exemplo do
peixe, como forma de agradecer o alimento e pedir fartura para o presente e
para o futuro.
Cabo de força
Uma das competições mais esperadas pelo público que
compareceu a arena verde, foi o cabo de força, competição em que dez
participantes de cada etnia disputam a corda, pela força.
A disputa entre a etnia Xerente e a tribo
Rikbaktsa, levou o público das arquibancadas a torcer pela etnia brasileira.
Com muito equilíbrio e força entre os dois lados, a
disputa foi bastante acirrada até que os indígenas Rikbaktsa, entregou os
pontos e foram vencidos pela força dos Xerente.
Outra disputa muito concorrida foi entre a tribo do
México e os indígenas brasileiros da etnia Kaingang, sendo que os mexicanos
levaram a melhor.
Duas etnias do Estado do Mato Grosso, os Bakairi e
os Kuikuro, entraram na arena verde para disputar o cabo de força, conhecido
popularmente entre nós brasileiros, como cabo de guerra. Equilíbrio e muita
concentração, e a animação da arquibancada levaram os Baikairi a vencerem a
disputa.
No final da disputa de corda, os indígenas Gavião
foram vencidos pelos Borôro Boé, que receberam o aplauso da arquibancada.
Após a competição, os povos Karajá-Xambioá entraram
na arena verde para apresentar o seu ritual de agradecimento pelos I Jogos
Mundiais dos Povos Indígenas.
Futebol de cabeça
Ao invés da bola no pé, eles usaram a cabeça para
disputa do futebol de cabeça. A bola, feita de látex da mangabeira, era tocada
apenas quando os indígenas mergulhavam de cabeça na areia para jogá-la no campo
do adversário.
Os Paresi enfrentaram os Manoki durante o futebol
de cabeça, onde a bola é lançada para um dos jogadores adversário rebatê-la,
com a cabeça, sem jamais toca lá com os pés, sendo que o jogador que conseguir
furar o bloqueio do adversário, ganha pontos.
Para abrilhantar a festa, em tom de brincadeira, o
locutor anunciou ao público presente que os indígenas decidiram que cada ponto
ganho seria trocado por uma guerreira da tribo oponente.
Durante as jogadas, quem marcasse pontos, se
dirigia até a guerreira do time perdedor e a levava consigo para o outro lado
do campo.
O público aplaudia a cada lance da partida e
ovacionava o momento em que as guerreiras dos times eram trocadas entre si.
Corrida de tora
A corrida de tora marcou o final das apresentações
na arena verde. O povo Gavião correu todo o perímetro da arena arrancando
aplausos do público.
Os povos Paresi nunca fizeram uma corrida com tora
e resolveram participar da competição a convite dos Gavião, e foram aplaudidos
pelo público em seguida receberam os cumprimentos dos Gaviao. Para
animar o evento, duas pessoas da arquibancada, também participaram da
brincadeira da corrida com toras, encerrando assim, a participação nos I Jogos
Mundiais dos Povos Indígenas.