Projeto de educação intergeracional é desenvolvido no Cmei João e Maria como tema de mestrado

Secretaria Municipal da Educação

Autor: Redação Semed/Palmas | Publicado em 22 de agosto de 2023 às 14:58

Defesa foi acompanhada pela Universidade da Maturidade (UMA), programa de extensão da Universidade Federal do Tocantins (UFT)

“As crianças aprendem com os velhos e os velhos aprendem com as crianças.” Essa foi a principal conclusão de um trabalho de pesquisa de mestrado realizado no Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) João e Maria, em 2022, e defendido perante uma Banca Examinadora formada por professores doutores das Universidades Federal do Tocantins (UFT) e Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), nesta terça-feira, 22, pela agora Mestra Núbia Pereira Brito Oliveira.

“Aqui na escola vemos ser possível desenvolver uma prátia de geração intergeracional com planejamento, com a intencionalidade e, dessa forma, as coisas vão acontecendo e tudo no final dá certo”, esclarece a pesquisadora que desenvolveu o projeto Educação intergeracional na Amazônia: os velhos da Universidade da Maturidade e as crianças do Centro Municipal de Educação Infantil João e Maria, ao longo ano de 2022.

“Trazer a intergeracionalidade para numa instituição de educação infantil é trazer a diversidade, a diferença, a velhice enquanto proposta de pesquisa. É trazer a experiência do mais velho para compartilhar com as crianças e, nesse processo, a criança aprende, o velho aprende em um processo dialógico em que todos se respeitam e que nenhum perde seu protagonismo. A proposta é desenvolver essa temática para dentro da instituição, para a educação, já que daqui a uns anos essas crianças vão ser mais velhas e nós precisamos trabalhar isso agora”, destaca a Mestra. 

A coordenadora da UMA e também integrante da Banca Examinadora, professora Doutora Neila Barbosa Osório, lembra que essas crianças, que serão os adultos de amanhã, estarão melhores preparadas e mais seguras para trabalharem questões que envolvam a diversidade geracional. “Temos que pensar que a saída da velhice está nas crianças, sendo assim, não adianta só ficar falando sobre a velhice, mas precisamos voltar para a infância, estudar a educação infantil, porque quando essas crianças virarem adulto, elas vão poder mudar o mundo”, afirma. 

O pai de aluno do Cmei Jean Faber compartilhou a experiência vivenciada pelo filho ao participar do projeto. “A pesquisadora foi sábia ao trabalhar esse conflito de gerações e unir tudo isso, na prática, educacional. Ouso dizer que esse experimento vai para a casa, para a vida do aluno. Meu filho é extremamente carinhoso com os pais e com avós e isso é semente, nasceu aqui”, relatou.

 

Dinâmicas
O projeto foi responsável por diversas dinâmicas realizadas na Unidade Escolar, envolvendo os idosos da UMA e as crianças. A diretora da Unidade, Luciene Ferreira Alves Poerschke, disse que o Cmei João e Maria acolheu com muito carinho a proposta do projeto por acreditar que trazer o idoso para a comunidade da criança é uma forma de educação. “Isso valoriza o velho, valoriza a criança”, esclarece. Conforme a diretora, o Cmei tem procurado trabalhar outras bandeiras dentro do espaço educativo. 

Conforme a diretora de Educação Infantil, da Secretaria Municipal da Educação (Semed), Priscila Machado, a Semed já pensava nas relações intergeracionais como uma proposta de inclusão de um eixo para ser trabalhado de forma mais organizativa. Segundo a diretora, a orientação é as unidades trabalhem o tema pelo menos um dia durante essa a semana de inclusão e diversidade. “O envelhecimento da população e a necessidade da troca de experiência entre crianças e pessoas de diferentes idades, sejam velhos, sejam os adolescentes, mas que se propague essa continuidade do saber sistematizado. Esse estudo apresentado hoje, pela pesquisadora, só comprovam a emergência e a necessidade de levar esse trabalho para toda a rede, de uma maneira mais estruturada.”