
Tecnologias para incremento da cadeia produtiva do leite são apresentadas em Dia Técnico
Ação compõe agenda do projeto Agosto Verde
Obter alimento e manter a produção do
gado durante o período de estiagem é um dos desafios do pequeno produtor rural,
o que torna a adoção de tecnologias essencial para que não aconteçam prejuízos
no período. Algumas dessas tecnologias foram apresentadas nesta terça-feira,
18, pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder), no Dia Técnico do Leite e
da Agroindústria, na programação do Agosto Verde.
Técnicas para melhoria da produção de
leite como o uso da silagem na alimentação do gado leiteiro, e a utilização de
concentrado para vacas em lactação foram apresentadas no evento, que contou
ainda com palestra sobre o Sistema de Inspeção Municipal na Agroindústria
(SIM).
Unidade Demonstrativa
Realizado na chácara do produtor
rural, Dirceu Martins, o Dia Técnico demonstrou como a cadeia produtiva do
leite, desde a alimentação do gado até o processo de industrialização, pode
obter bons resultados na agricultura familiar.
Produtor de queijo frescal, Martins
foi um dos primeiros na Capital a obter o Selo de Inspeção Municipal (SIM), que
certifica a qualidade do produto. Há três anos também adotou o processo de
silagem na alimentação do gado, o que lhe garantiu bons resultados mesmo no
período da seca.
O engenheiro agrônomo da Seder,
Roberto Cunha, explica que a silagem é o processo de armazenamento do alimento
do gado, capim, milho e sorgo, o que permite que não haja escassez na estiagem.
Entretanto para que haja aumento na produção de leite, esse alimento precisa de
complementos, é onde entra o concentrado, com adição de vitaminas e sais
minerais, tema apresentado pelo técnico da Embrapa, Claúdio França.
E é justamente a adoção dessas
tecnologias que permitiram a Martins manter a produção durante a estiagem, e
conseguir, em relação ao período que não adotava a silagem, um incremento de
40%, “mantive a minha produção, e não tive perda de gado, como acontecia
anteriormente”, explicou.
Certificação
Com 17 vacas leiteiras, Martins
produz atualmente 20 quilos de queijo frescal por dia, sendo que desde 2002
possui o SIM, o que lhe proporcionou ampliação do mercado em razão da
certificação que garante a qualidade e cumprimento das normas corretas na
produção de alimentos.
“Depois que adotei o SIM ficou melhor
para eu comercializar o queijo, tive respaldo de um órgão competente. Antes eu
não tinha rótulo, data de validade, composição, nada disso. Com o SIM tive as
orientações necessárias para adequar meu produto às normas de produção
industrial”, afirmou. O SIM na agroindústria foi tema de palestra no evento,
realizada pelo veterinário da Seder, Geraldino Ferreira Paz.