Seder desenvolve o projeto Roça Para as Escolas em parceria com a ETI Professor Fidêncio Bogo
Hortaliças, tubérculos e cucurbitáceas são produzidas na Fazendinha do Calor Humano
Abóbora, batata e
mandioca, além de serem um ótimo complemento na alimentação, possuem altos
valores nutricionais. Agora, já pensou ter tudo isso na refeição do seu filho
nas escolas? Isso é possível com a criação do projeto ‘Roça Para as Escolas’, desenvolvido
pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder) em parceria com a Escola de
Tempo Integral (ETI) Professor Fidêncio Bogo.
A escola fornece insumos, sementes e adubos para ajudar na produção dos alimentos. A parte de
execução é responsabilidade da Seder que disponibiliza a Fazendinha do Calor Humano,
localizada na Agrotins, e o conhecimento da equipe técnica para gerar os
mantimentos. Após a colheita, os produtos são enviados à ETI parceira e de lá
são redistribuídos para outras escolas.
Além da produção de
hortaliças, tubérculos e cucurbitáceas, são geradas frutas como melão, melancia
e milho. Para o técnico em agropecuária, Evaldo Santana, responsável pelo
cultivo e produtividade na Fazendinha, o projeto é importante não apenas para
ajudar na complementação da alimentação dos alunos, mas também para ensiná-los
que para produzir não são necessários grandes espaços.
“Aqui recebemos
alunos das escolas e até de faculdade, ensinamos como é o dia a dia da lavoura
e como proceder dentro de uma propriedade rural, aqui é um exemplo de como é
possível otimizar pequenas áreas e plantar várias culturas”, disse o técnico
Evaldo Santana. Os ensinamentos adquiridos podem ser usados dentro das próprias
escolas ou em casa, que pode ser, inclusive, uma fonte de renda das famílias.
O diretor de
assistência técnica Bonfim dos Reis acredita que no próximo ano mais escolas
sejam contempladas com o projeto. “Temos expectativa para aumentar a
produtividade com o processo de irrigação, dessa forma teremos produção durante
o ano todo já que as culturas se adaptaram às condições da Agrotins, com isso
nós poderemos atender mais escolas”, ressaltou.
Produção
A produção inicia-se com o
preparo do solo desde a gradagem (quando necessário), correção de solo com o
calcário, adubação de fundação com macronutrientes, sendo utilizado nitrogênio
(N), potássio (P) e fósforo (K) – na agricultura os macronutrientes são
conhecidos como NPK – e posteriormente as adubações de cobertura para fazer a
planta crescer. Além disso, são utilizados micronutrientes essenciais para o
desenvolvimento da planta como zinco (Zn), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês
(Mn), molibdênio (Mo), boro (B) e cloro (Cl).
Na Agrotins o
processo de produção foi feito por meio de sulcos (fileiras de buracos) com
adubos e o transplante das plantas (procedimento necessário para ganhar tempo
em relação ao crescimento do capim presente na região). A irrigação é feita por
gotejamento, no qual a central joga água direto nas plantas, em média é
utilizado 1,7 l/h (litro por hora) por vegetal.
Na Fazendinha são
produzidas três variedades de abóbora (kabotiá, xingó jacarezinho e caserta). A
kabotiá possui um ciclo de 90 dias para colheita, enquanto a xingó jacarezinho
demora cerca de 120 dias, já a caserta (italiana), que também é conhecida como
abóbora de árvore ou popularmente chamada de abobrinha, tem um ciclo menor, de
apenas 45 dias.
A abóbora kabotiá,
por sua vez, é uma cucurbitácea híbrida, no qual o processo que fecundação não
acontece naturalmente, porque a flor macho entra em estado de maturação mais
tarde que a flor fêmea, então é realizada a polinização com hormônio de
crescimento na flor fêmea. Após a pulverização já é possível ver a diferença de
fecundação. Vale ressaltar que esse procedimento é mais antigo, entretanto é
pouco utilizado no Tocantins. As demais variedades de abóbora fazem polinização
cruzada.
As mandiocas
plantadas possuem três variedades, sendo a sempre verde, argentina e cacau. O ciclo
é de aproximadamente um ano de cada uma. Os melões utilizados foram o
cantaloupe híbrido bazuca F1 e o melão amarelo, a média para a colheita é de 70
a 80 dias, que também é o período para colher a melancia selecta, que com esse
ciclo normalmente a fruta pesa cerca de 10 a 12 quilos.
Experimentos
Os técnicos da Seder
produziram como experimentos duas variedades inovadoras de batatas, sendo a
batata cenoura e a rainha branca. A batata cenoura foi produzida na
Universidade de Serra Grande do Araripe (Araripina/PE) e trazida para Palmas
para saber como o tubérculo reagiria ao solo, os nutrientes presentes e a
aceitação para consumo dos alunos. Após a colheita, que tem um ciclo de
aproximadamente 120 dias, a batatinha será levada a Universidade Federal do
Tocantins (UFT) para pesquisar o teor de nutrientes do alimento.
Enquanto a batata
cenoura teve uma boa reação ao solo e reproduz uma média de média de seis
quilos por cova, a batata rainha branca não apresentou os mesmos resultados. As
demais batatas plantadas foram a palma e três corações que são os tubérculos
mais conhecidos e possuem o mesmo ciclo reprodutivo da batata cenoura.
Roça
nas Escolas
A Seder desenvolve
ainda, em parceria com a Secretaria Municipal da Educação (Semed), desde 2015,
o projeto Roça nas Escolas, no qual os alunos são responsáveis pela produção
das culturas e hortas feitas dentro das escolas, tendo o objetivo principal de
utilizar os espaços ociosos e torná-los produtivos, incentivando uma
agricultura sustentável e agroecológica.
Os técnicos auxiliam
os estudantes desde o preparo do solo até a colheita. Atualmente participam do projeto as
ETIs Padre Josimo, Olga Benário, Anísio Teixeira, Eurídice de Melo, Caroline Campelo, Aprígio
de Matos, Sueli Reche, Monsenhor Pedro Pereira, Almirante Tamandaré, Professor
Fidêncio Bogo, Daniel Batista, Luiz Nunes e Marcos Freire, também as escolas
Monteiro Lobato, Antônio Gonçalves, Mestre Pacífico, Luiz Gonzaga, Maria Rosa,
Maria Júlia, Henrique Talone e Lúcia Sales. Além dos Cmeis Pequenos Brilhantes,
Pequeno Príncipe, Ana Luiza, Aconchego e Chapéuzinho Vermelho.