Secretaria Municipal da Saúde
Autor: Redação Semus | Publicado em 04 de maio de 2017 às 12:58
As enfermeiras Patrícia Alves de
Mendonça Cavalcante e Ruth Bernardes de Lima, juntamente com o professor
pesquisador da Universidade Federal do Tocantins (UFT) José Gerley Diaz, realizaram
um estudo que traça o perfil epidemiológico dos casos notificados de sífilis em
gestantes e sífilis congênita na Capital, no período 2007 a 2014, por meio do
Programa de Residência Multiprofissional - Saúde Coletiva. O levantamento
também apontou estratégias de prevenção e tratamento da doença em Palmas.
O estudo foi publicado na Revista do SUS,
produzida pelo Ministério da Saúde com dados do Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (Sinan). Com a pesquisa foram identificadas 171
gestantes com sífilis e 204 casos de sífilis congênita; predominaram gestantes
pardas (71,3%), com baixa escolaridade (48,0%) e diagnóstico tardio no
pré-natal (71,9%).
Ainda de acordo com o estudo, a
incidência de sífilis congênita variou de 2,9 a 8,1/1000 nascidos vivos no
período; predominaram, como características maternas, idade de 20-34 anos
(73,5%), escolaridade até o Ensino Médio completo (85,3%), realização de
pré-natal (81,4%), diagnóstico da sífilis no pré-natal (48,0%) e parceiros de
mães que realizaram pré-natal não tratados (83,0%), alcançando quase 80% de nascidos
vivos com sífilis congênita.
“A sífilis é um mal silencioso e requer
bastante cuidado. Na gravidez pode prejudicar o bebê, pois quando a grávida não
faz o tratamento correto, incluindo o tratamento efetivo do parceiro sexual, há
um grande risco da criança adquirir a sífilis através da placenta (sífilis
congênita), podendo desenvolver graves problemas de saúde como surdez,
cegueira, problemas neurológicos e nos ossos”, alerta a enfermeira Patrícia
Alves de Mendonça.
De acordo com a enfermeira Ruth
Bernardes, diante da epidemia da sífilis vivenciada no Brasil, Palmas avança
para o conhecimento e entendimento da epidemiologia do agravo, permitindo um
melhor planejamento das medidas de educação e prevenção nos grupos mais
vulneráveis e a avaliação das ações para a redução da transmissão vertical da
sífilis. “O estudo aponta para a necessidade de reestruturação dos processos de
trabalho e ações de educação em saúde capazes de conter a situação,
oportunizando um nascimento saudável e consequentemente melhores indicadores de
saúde”, destacou a pesquisadora.
Ruth Bernardes explica ainda que a
sífilis na gravidez é grave, principalmente se a sífilis estiver na fase
inicial, em que é mais transmissível, embora a contaminação possa acontecer em
qualquer fase da gestação.
Ações de Prevenção
A Secretaria Municipal de Saúde de
Palmas (Semus) disponibiliza gratuitamente testes rápidos para detectar
precocemente doenças como o HIV, Hepatite B, Hepatite C e Sífilis no Núcleo de
Assistência Henfil e também são ofertadas mais de 280 consultas com os médicos
especialistas para o atendimento das pessoas portadoras da bactéria. O atendimento
no Henfil é realizado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h30 e das 13h30
às 17 horas, na quadra 404 Norte, alameda 19, lote 03.
A testagem rápida para detecção da Sífilis também é realizada em Unidades de Saúde da Família (USFs) da
Capital. O resultado da testagem rápida para HIV é divulgado em aproximadamente
20 minutos. Após o resultado, a pessoa é encaminhada para aconselhamento, e
caso seja positivo também para o tratamento necessário.
Este ano as ações estão focadas principalmente na prevenção e tratamento
da sífilis congênita e sífilis em gestante. De acordo com dados da Semus, de
2015 a 2017 foram detectados em Palmas 97 casos de sífilis congênita, e 123 de
sífilis em gestantes.