Fundação Municipal de Meio Ambiente de Palmas
Autor: Fernanda Mendonça | Publicado em 10 de novembro de 2017 às 10:10
Pais e filhos aderiram à iniciativa e durante sete dias separaram em casa mais de 2 kg de material reciclável; ação agora é permanente e faz parte da rotina da família
Para provar que a coleta
seletiva é uma ação simples que pode ser feita por qualquer pessoa, a equipe de
reportagem da Prefeitura de Palmas lançou um desafio a uma família que reside
em Palmas há mais de 20 anos e que nunca havia feito a separação de materiais
recicláveis em casa. Sob o comando da matriarca Vera Lúcia Gomes da Costa
Almeida, de 53 anos, a família composta por mais cinco pessoas, incluindo o
marido e três filhos adultos, arregaçou as mangas e durante sete dias uniu esforços
para monitorar toda a produção diária de material passível de reciclagem e que
antes eram jogados no lixo para posterior descarte no aterro sanitário.
Do dia 26 de outubro até o
dia 2 de novembro, a família cuidadosamente separou em sete sacos de resíduos
gerados por eles, incluindo caixas de leite, sacolas de plástico, embalagens em
geral, saco de carvão, garrafas de refrigerante, dentre outros produtos que
garantiram ao todo 2.100 kg de material.
O ponto de descarte do
Coleta Palmas, programa de reciclagem da Prefeitura de Palmas, mais próximo da
casa da dona de casa é a caçamba coletora que fica permanente na praça da Arno
33. Mas a convite da reportagem, em conjunto uma equipe da Fundação de Meio
Ambiente, todo o material foi levado diretamente à sede da Associação de
Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis da Região Centro-Norte de Palmas
(Ascampa), na Arno 41.
“Não conhecia o trabalho
feito pelos catadores e durante a visita que fiz questão de ver um pouco do que
é feito por lá. Conversei com algumas pessoas e agora entendo a importância de
ações simples como a que fiz em casa. Com isso estou ajudando essas famílias a
terem uma renda e ainda garantir um futuro melhor para meus familiares e as
futuras gerações que terão um planeta melhor”, explicou Vera Lúcia.
Segundo a gerente de
Projetos Ambientais da FMA, Roodineya Williams Gomes Santos Andrade, a
quantidade de material reciclável gerado varia muito em função dos hábitos de
alimentação e consumo de uma família. “Quanto maior o consumo da família, maior
a quantidade de lixo e de materiais passíveis de reciclagem”, conclui.
De acordo com o engenheiro
ambiental e técnico do Coleta Palmas, Diêverson Reis, o que foi proposto para a
família Gomes de Almeida não foi apenas para que a separação ocorresse durante
uma semana, mas como ação diária. “O resultado foi bem positivo e o desafio foi
uma forma de incentivar o início da coleta.
Colaboração é fundamental
Apesar de a Prefeitura
desenvolver um programa específico de coleta seletiva na cidade, atendendo
assim ao que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, ainda falta mais
apoio de boa parte da população para aderir à prática da coleta seletiva em casa,
lugar em que é produzida a maior parte do material, portanto a participação da
população é fundamental.
E para isso não precisa
nenhum investimento alto. Se a dona de casa não tiver em casa uma lixeira
própria de coleta seletiva, basta separar algum recipiente de grande porte como
bacia, balde, caixa de papelão ou até mesmo um saco plástico próprio para lixo
para conseguir separar corretamente os materiais. Para facilitar ainda mais na
hora do descarte a dica é separar no saco o que for plástico, metal e papel.
A presidente da Ascampa,
Terezinha de Jesus, que trabalha com material reciclado há 18 anos, garante que
reciclar faz bem e deixou o recado para a população. “As pessoas precisam
enxergar a importância da coleta seletiva e o papel do catador. São mães e pais
de família que tiram desse trabalho, desvalorizado por muitos, o sustento e a
garantir da sobrevivência de suas famílias. É preciso que cada um faça sua
parte, a dona de casa, o trabalhador e o empresário”, exaltou Terezinha ao
destacar que a destinação correta dos resíduos sólidos garante uma cidade
melhor para todos.